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Estados Unidos

Os membros da milícia sionista que atacou estudantes nos EUA

Nesta segunda-feira, dia 13 de maio, o portal The Grayzone publicou parte do dossiê identificando agressores dos manifestantes pró-Palestina no campus da UCLA

Na última segunda-feira (13), o portal The Grayzone publicou parte de dossiê identificando agressores dos manifestantes pró-Palestina no campus de Los Angeles da Universidade da Califórnia (UCLA, na sigla em inglês). A matéria, intitulada, Agressores da UCLA expostos: conheça os violentos agitadores sionistas que a polícia de Los Angeles não prendeu (UCLA attackers exposed: meet the violent Zionist agitators LA police haven’t arrested), mostra a complacência do Estado com as agressões e o envolvimento de sionistas na autoria e organização do ataque.

A noite de 30 de abril

Desde o dia 25 de abril, no campus da UCLA, aproximadamente 200 estudantes montaram acampamento exigindo que a universidade rompa relações institucionais e econômicas com empresas e indivíduos ligados a “Israel”. Esses protestos ocorrem por todo o território norte-americano, com a mobilização escalando em resposta à repressão policial na Universidade de Columbia, no dia 17 de abril.

O acampamento no campus da UCLA passou dias sendo atacado por milícias constituídas de “Proud Boys” e sionistas, com a omissão da administração da universidade. Entretanto, na noite do dia 30 de abril, próximo à meia-noite, iniciou-se uma investida violenta contra o acampamento que perdurou por mais de três horas.

As milícias atacaram os manifestantes intensamente com fogos de artifício, spray de pimenta e canos de metal. Essa ação fascista começou após o chanceler da Universidade, Gene Block, publicar uma nota dizendo que o acampamento era ilegal.

Após o consentimento do chanceler, os policiais municipais (LAPD) e universitários da UCLA (UCPD) se retiraram do local por três horas e, ao retornar, apenas dispensaram sem truculência os agressores fascistas, sem qualquer detenção. Como fruto do ataque fascista, 25 estudantes precisaram ser hospitalizados. Na manhã seguinte, a tropa de choque enfrentou os acampados, ocasionando mais feridos.

Dessa vez, a polícia de Los Angeles realizou a prisão de multidões de manifestantes contra o genocídio, com o indiciamento de ao menos 40 estudantes e jornalistas por “conspiração para cometer roubos”. 

Polícia entrou no campus da Universidade da Califórnia em Los Angeles para desmontar acampamento pró-Palestina — Foto: Etienne Laurent/AFP

O que expôs o The Grayzone?

O The Grayzone publicou informações sobre a identidade de alguns dos agressores fascistas identificados e suas relações com o sionismo, a extrema direita, forças policiais e autoridades locais.

Uma promoção sionista

A esmagadora maioria dos envolvidos nas agressões do dia 30 de abril tem relação com o sionismo, como Tom Bibiyan, da Fundação Filantrópica da Família Bibiyan, financiadora do sionismo e da extrema direita. Ou como Rony Yehuda, da organização militante sionista Chabad, identificado pela bandeira “Mashiach”.

Estavam presentes também Sammy Ben, cidadão norte-americano documentando cometendo crimes de guerra em Gaza, e Jonathan Yudelman, professor de pós-doutorado na Universidade Estadual do Arizona, afastado desse cargo após ser filmado lançando obscenidades enquanto intimidava fisicamente uma mulher muçulmana em Tempe.

Entretanto, chama atenção que o sionista Nouri Mehdizadeh, previamente no local, registrou em foto a ameaça “APROVEITE ESTA NOITE!”. Indicando ciência dos acontecimentos vindouros, ele conseguiu permanecer na área controlada e, na mesma noite, registrou sua tentativa de destruir barricadas ao som de “Mani Mantera”, canção infantil em hebraico utilizada pelos soldados israelenses como fundo sonoro em sessões de tortura a reféns palestinos.

Outro sionista que delatou a autoria do ataque como sendo obra do próprio sionismo foi Aaron Cohen. O israelense publicou em suas redes sociais: “acabei de encerrar [sic] uma operação independente e silenciosa de infiltração para o Dr. Phill esta noite no coração do acampamento da UCLA. Agora estou aqui com a elite SRT do LASD que está se preparando agora e se preparando para entrar no acampamento antissemita pró-terrorista”.

Mais uma operação Magen Am

Os líderes da Magen Am podem ser vistos posando com policiais na conferência internacional StandWithUs de março de 2024 em Los Angeles em fotos postadas no LinkedIn.

Também foi registrada a presença significativa de membros da Magen Am, uma empresa judaica de segurança privada com sede em Los Angeles, autodenominada: “a única organização judaica sem fins lucrativos licenciada para fornecer serviços de segurança física e armada na Costa Oeste dos Estados Unidos”.

Em seu sítio oficial, a empresa afirma: “temos conexões diretas com o FBI e as autoridades locais, incluindo o LAPD, o Departamento do Xerife, o gabinete do promotor e o Ministério Público dos EUA”. Isso significa, dizem eles, que “se, Deus não o permita, ocorrer um incidente que exija atenção imediata, Magen Am será capaz de empurrá-lo para cima na cadeia de comando”.

“Por que estamos entusiasmados com isso e por que é importante relatar esses incidentes? Em primeiro lugar, todos os departamentos de polícia do país tomam decisões sobre a atribuição de recursos com base no número de incidentes relatados. Se esses incidentes estão ocorrendo em nossa comunidade e não os denunciamos, o LAPD não tem como saber que deveria alocar mais tempo de equipe e mais patrulhas em nossas áreas”, declarou a Magen Am sobre sua “política de denúncia de incidentes de ódio online”.

Nazismo e sionismo, uma relação antiga

Um dos membros da milícia fascista que atacou o acampamento foi Narek Palyan, um armênio, conhecido por realizar publicamente a saudação romana nazista e idolatrar o Terceiro Reich. Ele chegou a afirmar em entrevista ao NY Times que foi ao local: “porque tinha visto um vídeo de uma mulher judia do lado pró-Palestina criticando os brancos”.

Qual a opinião de Biden?

Em sua primeira declaração sobre as manifestações estudantis, o presidente dos Estados Unidos afirmou que os jovens têm “o direito de protestar, mas não o direito de causar o caos”. Biden foi resoluto no apoio ao sionismo, condenando as manifestações contrárias ao genocídio. 

“Destruição de propriedade não é protesto pacífico. É contra a lei. Vandalismo, invasão de propriedade, quebra de janelas, fechamento de campi, cancelamento forçado de aulas e formaturas, nada disso é um protesto pacífico. Ameaçar pessoas, intimidar pessoas, incutir medo nas pessoas não é protesto pacífico. É contra a lei. A discordância é essencial para a democracia, mas nunca deve levar à desordem ou à negação dos direitos dos outros”, afirmou Biden.

Como agiu a prefeita de Los Angeles

Karen Bass, prefeita de Los Angeles, classificou “a violência que se desenrolou” na UCLA como sendo “absolutamente abominável e indesculpável”. Ela disse que “deve haver uma investigação completa sobre o que ocorreu no campus ontem (quarta-feira) à noite”.

“Aqueles envolvidos no lançamento de fogos de artifício contra outras pessoas, na pulverização de produtos químicos e na agressão física de outras pessoas serão encontrados, presos e processados, bem como qualquer pessoa envolvida em qualquer forma de violência ou ilegalidade”, afirmou Bass.

Como todos os fascistas foram liberados, nenhum dos identificados foi indiciado e apenas estudantes foram detidos e indiciados, o pronunciamento de Bass só vale para os estudantes que utilizam fogos de artifício e extintores contras as forças policiais e milícias fascistas.

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