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HISTÓRIA DA PALESTINA

Acordo de 17 de Maio: mais um tratado que ‘Israel’ ignorou

A quebra do acordo que ocorreu durante o cerco de Beirute, por "Israel", quando o Estado terrorista cercou a capital libanesa e massacrou civis libaneses e palestinos

No dia 17 de maio de 1985, em meio à tentativa do imperialismo de esmagar os movimentos nacionalistas do Líbano, o governo de Ronald Reagan, que governava os Estados Unidos no período, introduziu uma tentativa de tratado de paz entre o Líbano e “Israel”, que havia cercado Beirute e promovido um massacre havia não muito tempo. A tentativa, entretanto, foi frustrada.

O chamado Acordo de 17 de Maio, de 1983, previa o seguinte:

  • Abolir o estado de guerra entre o Líbano e Israel;
  • A plena retirada israelense do Líbano;
  • Estabelecimento de uma zona de segurança entre os dois países;
  • Uma comissão composta por norte-americanos, israelenses e libaneses para supervisionar a aplicação das medidas entre os dois países;
  • Estabelecimento de relações políticas e comerciais entre os dois países;
  • Proibir qualquer forma de propaganda hostil ao outro país dentro do seu território;
  • Cancelar todos os tratados e disposições e regulamentos que impedem a execução de qualquer item da convenção.

“Israel”, entretanto, não cumpriu o acordo. Ao mesmo tempo, a grande maioria da população libanesa o rejeitou, acreditando tratar-se de uma vergonha para o país. Esses fatores, somados à exigência da Síria de anulação do acordo, fez com que o governo libanês anulasse o acordo em 5 de março de 1984.

A Guerra Civil Libanesa foi um conflito que ocorreu no Líbano entre 1975 e 1990. Foi um dos conflitos mais sanguinolentos do século XX, com o imperialismo impulsionando facções simpáticas a sua política e dando cobertura à ação de “Israel”, que massacrou, em diversas oportunidades, a população palestina que havia sido expulsa para o Líbano.

É dito que a Guerra Civil Libanesa ocorreu por conta da multiplicidade étnica, religiosa e cultural da região, mas isso não é um fato. A Guerra Civil Libanesa se iniciou porque “Israel” queria erradicar a resistência palestina cuja grande parte, naquele momento, se encontrava no Líbano. Uma prova disso é a existência desses grupos por muito tempo na mesma região, muito antes, inclusive, da independência do Líbano.

Durante o conflito, o imperialismo contava com três milícias fascistas, a Falange Libanesa, um partido político maronita fundado por Pierre Gemayel, profundamente inspirado nos partidos fascistas europeus, com um braço militar poderoso; as Forças Libanesas e o Exército Livre do Líbano.

Das forças nacionalistas que buscavam um processo de libertação nacional, as mais conhecidas são o Hesbolá, que contava com o apoio do Irã revolucionário, e o Movimento Nacional Libanês, que era uma coalizão de partidos esquerdistas e nacionalistas liderada por Kamal Jumblatt e apoiada pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Incluía o Partido Socialista Progressista (PSP), predominantemente druso.

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) utilizou o sul do Líbano como base de operações durante os anos 1970 e 1980. Após ser expulsa da Jordânia em 1970 durante o “Setembro Negro”, a OLP se estabeleceu no Líbano, especialmente no sul, que se tornou um importante reduto para suas operações militares contra “Israel”.

A OLP, que na época era liderada por Yasser Arafat, e suas várias organizações, como Fatá, estava fortemente envolvida na guerra, e levava a partir de suas instalações militares no sul do Líbano uma poderosa campanha contra “Israel” e suas agressões, que havia intervindo militarmente no Líbano entre 14 e 21 de março de 1978, evento que ficou conhecido como operação Litani, e retornou a intervir em 1982, onde se deflagrou o cerco de Beirute.

A operação Litani e o cerco de Beirute foram operações sangrentas e muito custosas para os civis libaneses, com objetivo não apenas de exterminar a população palestina na região, mas de definir a vitória das forças fascistas atuando no Líbano e garantindo que o país se tornasse mais um enclave para o imperialismo.

Durante a operação Litani, que tinha por objetivo declarado eliminar as bases da OLP no sul do Líbano e criar uma zona de controle na região, mais de 2.000 civis palestinos foram assassinados, entre eles, uma porção de militantes. Esse episódio culminou na aprovação da Resolução 425 do Conselho de Segurança da ONU, que exigia a retirada israelense e o estabelecimento da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL).

Já o cerco de Beirute teve proporções muito maiores. Focada em forçar a saída da OLP de Beirute e instalar um governo libanês fantoche do imperialismo e aliado de “Israel”, de junho a agosto de 1982, “Israel” cercou Beirute Ocidental, usando bombardeios aéreos, artilharia e ataques navais, causando grandes danos à cidade e pesadas baixas civis, que se tornaram ainda maiores quando ocorre o massacre de Sabra e Chatila.

Esse episódio entrou para a história como um dos massacres mais sanguinolentos de todos. Milícias falangistas cristãs, com a instrução e o apoio de “Israel”, assassinaram milhares de civis palestinos nos campos de refugiados de Sabra e de Chatila. “Israel” consegue colocar no poder seu aliado fascista, o presidente libanês Bashir Gemayel, mas, logo em seguida, a resistência executa uma operação e elimina Gemayel.

Estima-se que apenas no final da primeira semana do cerco, aproximadamente 500 prédios já haviam sido destruídos pelos bombardeios. Ao fim, cerca de cinco mil civis foram assassinados, dentre palestinos e libaneses. No entanto, “Israel” não conquistou o objetivo militar de assassinar o comando da OLP.

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