Na terça-feira (14), o primeiro-ministro do governo nacionalista do Níger, Ali Mahamane Lamine Zeine, afirmou que a decisão do Níger de romper os laços militares com os EUA foi uma resposta às ameaças feitas pelo governo norte-americano durante as negociações.
Ele contou que uma delegação dos EUA de alto nível, incluindo Molly Phee – a principal funcionária do Departamento de Estado para assuntos africanos – que esteve na capital do país em março para negociar a renovação de um acordo de defesa de uma década, tentou impor quais países deveriam ser parceiros do Níger.
Durante a reunião, Phee tentou intimidar o Níger para não fortalecer os laços com o Irã e a Rússia. Ela também ameaçou o país com sanções se continuasse com um acordo para vender urânio ao Irã.
Nas palavras de Zeine: “quando ela terminou, eu disse: madame, vou resumir em dois pontos o que você disse. Primeiro, você veio aqui para nos ameaçar em nosso país. Isso é inaceitável. E você veio aqui para nos dizer com quem podemos ter relacionamentos, o que também é inaceitável. E você fez tudo isso com um tom condescendente e falta de respeito”.
As tropas dos EUA estão prestes a deixar o país. Em dezembro todas as tropas francesas saíram o Níger. O atual governo nacionalista surgiu de um levante dos militares em julho de 2023.