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Conflito 'Israel'-Palestina

Direita continua horrorizada que lei dos EUA não vale no Brasil

Publicação do encontro com Naim nos perfis de redes sociais do deputado Daniel ocasionou uma campanha na imprensa brasileira.

Na sexta-feira, dia 10 de maio, o deputado João Daniel (PT-SE) encontrou-se com o chefe de relações políticas e internacionais do Hamas, Basem Naim. O contato ocorreu durante a 1ª Conferência Global Anti-Apartheid pela Palestina, em Joanesburgo, na África do Sul.

A publicação do encontro nos perfis de redes sociais de Daniel ocasionou uma campanha na imprensa brasileira. O alarido da direita horrorizada que ignora a autonomia do Estado brasileiro, querendo impor legislações dos EUA em nosso território, além de servil, tratar-se de uma campanha de assédio a esquerda.

As publicações

As postagens foram sóbrias e até tímidas, diante do genocídio perpetrado por ‘Israel’, clamando em defesa do povo palestino, pelo fim da “guerra”. Na publicação Daniel mal se posiciona acerca dos combatentes palestinos, estando como pivô da sanha direitista sua presença ao lado de Naim no registro fotográfico.

“Hoje, participamos da abertura da primeira Conferência Global Anti-Apartheid pela Palestina, em Joanesburgo, na África do Sul. Presentes, estavam fundadores e coordenadores do movimento apartheid, representantes do governo sul-africano, parlamentares e ativistas de todo o mundo, todos em defesa da liberdade do povo palestino, em defesa da paz e pelo fim da guerra”. Publicou o Daniel em seu perfil no Instagram.

“O Brasil faz um importante papel nessa luta contra as atrocidades que o Estado de Israel tem cometido contra a Palestina com essa guerra injusta que o mundo todo está assistindo”. Complementou Daniel em publicação. O mesmo foi publicado em sua conta no X.

O que falou Daniel?

Em seu discurso, Daniel ateve-se a declarar o apoio do PT a causa palestina: “queria saudar e trazer o nosso abraço em nome da bancada federal do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara Federal, a qual aqui represento, e também da luta do nosso querido presidente Lula […] Queremos aqui dizer que no Brasil nós estamos organizando comitês, estamos na luta ao nível internacional e não podemos jamais deixar esse tema da Palestina fora de qualquer atividade. A luta contra esse massacre, contra esse genocídio cometido por Israel, financiado pelos Estados Unidos, precisa ser acabado”.

Colocando-se favorável à iniciativa do evento: “nosso total apoio à ação do governo da África do Sul. Estamos articulando para que a gente possa apoiar com o governo brasileiro, com todos os nossos parlamentares, pela condenação imediata do governo de Israel, para que nós possamos organizar essa grande frente ao nível internacional”

Tecendo uma denúncia contra as ações imperialistas: “Os que massacram e cometem o genocídio contra os palestinos, os que financiam, são os mesmos que cometem o bloqueio em Cuba há 60 anos, são os mesmo que mantém uma prisão criminosa contra Julian Assange. Nós precisamos organizar essa luta da Palestina sempre como uma luta pela libertação, pela democracia da humanidade”.

Em relação aos combatentes palestinos, mais especificamente os Hamas, maior grupo na luta armada palestina, publicamente o parlamentar se limitou a posar ao lado de Naim. Não havendo qualquer colocação mais contundente em defesa destes.

Sanha direitista

Entretanto, mesmo com sua ‘timidez’ política, o posicionamento do parlamentar do PT atiçou a direita. A limitação da orientação política do PT, como maior partido da esquerda, colocou um amplo setor desta na defensiva em relação ao apoio à luta armada dos palestinos.

Neste sentido, a direita vê com preocupação toda movimentação do PT, por pressão da base e posicionamentos acertados do PCO, convergindo para a superação desta limitação política. Isso ocasiona uma resposta bastante agressiva da imprensa imperialista aos setores do PT tomam essa iniciativa, fenômeno explícito na perseguição ao Breno Altman, ao José Dirceu e agora ao João Daniel.

Qual a pecha lançada pela direita?

Neste momento, a imprensa repercute o encontro de Daniel com Naim, com a orientação política melhor expressa por Kim Kataguiri em seu perfil na rede social X: “Um parlamentar brasileiro se reunindo com um representante de um grupo terrorista é de uma atrocidade que eu não consigo nem descrever com palavras.”

Os órgãos da imprensa imperialista, insistem no espantalho do terrorismo, ignorando que a própria Organização das Nações Unidas (ONU) não considera o Hamas como tal. Reconhecendo o direito à autodefesa armada dos povos que sofrem a agressão de ocupação territorial, como os palestinos.

Nas palavras do subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência, Martin Griffiths: “só para esclarecer: o Hamas não está na lista de grupos designados como organizações terroristas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, como vocês sabem, é um movimento político”.

Há uma pressão enorme do imperialismo contra essa questão elementar, repercutida pela direita. 

Em primeira instância, a campanha configura se em um assédio as posições políticas favoráveis à resistência armada contra a violência imperialista. Manifesta também na censura imposta aos veículos ligados ao Partido da Causa Operária, que já teve suas redes sociais bloqueadas em 2022, sofrendo agora de desmonetização em canais parceiros na plataforma do YouTube

O portal PODER 360, sutilmente, ‘denunciar’ a relação ‘inadequada’, publicando o seguinte no dia 14 de maio: “Essa não foi a 1ª vez que Basem Naim demonstrou proximidade com o governo brasileiro. Em 4 de março, ele gravou um vídeo agradecendo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelas manifestações de apoio à causa dos palestinos. O discurso foi transmitido durante a conferência nacional do PCO (Partido da Causa Operária).”

Fortalecendo seu argumento com a posição defensiva de Daniel: “ao Poder360, João Daniel disse que não viu notícias sobre o conteúdo da conferência, apenas uma foto com ‘informação distorcida e fora de contexto’. Também afirmou que há ‘muito mais a intenção de criminalizar quem se solidariza com as vítimas e condena o massacre do que falar sobre o que foi a Conferência’”.

O traço mais bizarro desta campanha, promovida pela imprensa burguesa, é a tentativa de submeter o Brasil às legislações norte-americanas. Neste texto, anteriormente caracterizamos como servil este flagelo a autonomia nacional, mas essa caracterização não é suficientemente precisa, pois não expõe de imediato que embora estes propagandistas legalmente tenham nacionalidade brasileira, não passam de agentes do imperialismo.

O objetivo dos EUA é evidente, adquirir domínio sobre territórios brasileiros, se pudessem eles dividiram o Brasil em território não incorporado. Ou ao menos transformaria o Brasil em um Estado títere, que embora guarde a autonomia formal, não a tem de fato. Assim como acontece na Rússia, o maior empecilho para a concretização dessa dominação é o tamanho do país e de sua classe operária.

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