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Ricardo Machado

É dirigente do Sindicato dos Bancários de Brasília e ex-dirigente da CUT-DF. Integra a Coordenação dos Comitês de Luta do DF e faz parte da Direção Nacional do Partido da Causa Operária (PCO)

Coluna

Tragédia no RS: os lobos banqueiros em pele de cordeiro

Os banqueiros, que não se importam nem um pouco sequer com a tragédia da população gaúcha, fazem demagogia com a miséria alheia

O Brasil inteiro e o mundo estão acompanhando a verdadeira catástrofe que está acontecendo no Rio Grande do Sul. 

Até o fechamento desta edição, segundo os dados oficiais (logicamente que os números são muito maiores, já que as “autoridades” do estado são uns verdadeiros sanguessugas da população e não fazem nada por ela e os dados não são confiáveis), são 447 cidades afetadas; 76.884 pessoas em abrigos; 538.545 pessoas desalojadas; 2.124.2003 pessoas afetadas; 806 feridos; 124 desaparecidos; 148 mortes e 76.483 pessoas resgatadas. 

A imprensa capitalista faz um tremendo esforço no sentido de esconder os verdadeiros culpados por mais essa tragédia que se abateu no estado do Rio Grande do Sul. Tentam, de todas as formas, jogar a culpa nas intempéries da natureza e, até mesmo setores da esquerda pequeno burguesa entram nessa conversa fiada do aquecimento global, quando a maioria da população sabe muito bem que os verdadeiros culpados são os sucessivos governos do estado que, ao longo dos anos, não fizeram literalmente nada em relação aos investimentos em infraestrutura dos municípios gaúchos. 

São governos que adotam a política econômica do neoliberalismo de terra arrasada para a população em benefício dos banqueiros nacionais e internacionais. 

O governador do PSDB, Eduardo Leite, um legítimo representante da política neoliberal no estado do Rio Grande do Sul, é um governo que adotou a política de aprofundar a miséria e agravar a crise no Estado. Foram vários planos econômicos despejados sobre os ombros dos trabalhadores e da população em geral, servido como pretexto desse governo para “resolver” a crise econômica por eles próprios. Na verdade, foram planos que, disfarçadamente, serviram como manobras para transferir recursos dos salários e das áreas sociais para os banqueiros e grandes capitalistas, inclusive para que o governo pudesse honrar os seus compromissos com a dívida pública, ou seja, para os banqueiros, havendo uma completa fidelidade do governo do estado para como esse parasitas sanguessugas nacionais e internacionais. E agora, estamos vendo o resultado: a formação de uma legião de centenas de milhares ou até milhões de pessoas transformadas em verdadeiros indigentes.

É claro que os banqueiros, que não se importam nem um pouco com a tragédia da população gaúcha, vêm fazer demagogia com a miséria alheia. Noticiaram uma série de medidas e “ajuda” financeira através de doações. Segundo a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), ela estaria doando um “auxílio no socorro à população do Rio Grande do Sul” em “valor que se elevou para R$126 milhões”. Primeiramente a pergunta que não quer calar é: onde vai parar esse dinheiro!? 

Em contrapartida à caridade dos banqueiros, o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central determinaram a liberação de R$8,3 bilhões para os bancos com mais de 10% da carteira de crédito emprestada a municípios em calamidade pública para manterem a liquidez e não terem a concessão de crédito prejudicada. Segundo essas instituições, o recurso foi aprovado “para amenizar os efeitos econômicos dos eventos climáticos no Rio Grande dos Sul sobre o Sistema Financeiro Nacional”.

Além da “caridade”, os banqueiros anunciaram outras medidas para “amenizar” a situação dos seus clientes, dentre elas, a flexibilização de carência de taxas e ampliação de linha de crédito; renegociação de dívidas, com taxas, prazos e condições especiais para clientes afetados; prorrogação dos contratos dos clientes impactados em 90 dias com revisão de taxa, etc., medidas essas que são apenas firulas distracionistas onde os bancos continuarão obtendo os seus lucros em detrimento da miséria dos seus clientes “afetados” que estão numa situação de pura amargura. 

É preciso ter bem claro que os banqueiros e seus governos são os verdadeiros culpados pela tragédia do povo gaúcho, e que toda essa encenação desses vampiros é a tentativa de encobrimento dessa política. A política neoliberal imposta pelos países imperialistas, principalmente os Estados Unidos, na América Latina, que no Brasil é implantada pelos seus lacaios dos ditos partidos limpinhos e cheirosos do tipo PSDB; é uma política de pilhagem da economia implementada pelos banqueiros e grandes capitalistas nacionais e internacionais. Foi no governo do PSDB de Fernando Henrique Cardoso que praticamente se deu início à política neoliberal no Brasil, que levou adiante um amplo programa de privatizações e ataques profundos às condições de vida dos trabalhadores e da população em geral, que jogou milhões de brasileiros na extrema miséria. Uma política que tem os seus efeitos sentidos até os dias de hoje, como podemos ver no caso da calamidade pública no Rio Grande do Sul.

O Governo Federal não tem que dar dinheiro algum para os banqueiros parasitas. Tem que ter um programa no sentido de suspensão de todas as dívidas das pessoas afetadas com os bancos. Não depositar nenhuma confiança naqueles que são os responsáveis pelo que está acontecendo no sul. O governo federal deve intervir e trabalhar diretamente com a população e as organizações populares. 

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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