Na última sexta-feira (10), o governo russo lançou uma ofensiva em grande escala na região da Carcóvia. A ação foi conduzida por um bombardeamento aéreo e de artilharia contra as linhas ucranianas antes de enviar tropas através da fronteira. Dezenas de aldeias e assentamentos foram tomados. O Ministério da Defesa russo relatou a libertação de Gatische, Krasnoe, Morokhovets e Oleynikovo em seu boletim mais recente de domingo (12).
De acordo com a RT, o Estado-Maior General das Forças Armadas Ucranianas, através de um comunicado nas redes sociais na madrugada desta segunda-feira (13), afirmou que os russos tiveram um avanço tático. “Neste momento, o inimigo tem sucesso táctico” na luta por Volchansk,“a situação operacional continua difícil e mudando dinamicamente na direção de Carcóvia”, acrescentou o comunicado.
É importante deixar claro que depois de Kiev, Carcóvia é a segunda maior cidade da Ucrânia. O New York Times, neste domingo, também trouxe informações sobre as frentes de batalha através de uma fala de um soldado ucraniano. A imprensa imperialista classificou as tropas de Zelenski como cansadas e o soldado afirmou que: “ele e os seus camaradas não dormiam há dias e estavam em choque com a rapidez com que os russos se moviam”.
Outro ponto colocado também pelo NYT, é que a tomada da cidade de Carcóvia poderia “desmoralizar os ucranianos e os seus aliados” e “dar a impressão de que depois de dois anos e centenas de milhares de vítimas e milhares de milhões de dólares, pouco mudou” no conflito, forçando Kiev a “negociar uma trégua com a Rússia”. Ou seja, um jornal da burguesia neste momento já coloca a guerra do imperialismo contra a Rússia estaria descambando para uma verdadeira derrota.
Denis Yaroslavsky, um comandante ucraniano ativo na área, através de seu Facebook, queixou-se de que os seus superiores não conseguiram construir barreiras defensivas suficientes para repelir os russos e podem ter desviado dinheiro destinado à sua construção. “A primeira linha de fortificações e minas simplesmente não existia”, escreveu ele. “O inimigo entrou livremente na zona cinzenta através da linha de fronteira. Chegamos à conclusão de que se tratava de roubo deliberado ou sabotagem deliberada.”
Nesta segunda-feira, a BBC também deu seu palpite sobre a incursão dos russos em relação a Carcóvia, afirmando que a Rússia obteve ganhos “pequenos mais significativos”. Ainda segundo o jornal britânico, a Ucrânia parece estar “mal preparada”. Yaroslavsky, também passou informações para o canal que continuou falando de negligência ou corrupção. “Não havia primeira linha de defesa. Nós vimos isso. Os russos acabaram de entrar. Eles simplesmente entraram, sem nenhum campo minado”.
Segundo a BBC, os avanços russos “engoliram cerca de 100 km (62 milhas) de território ucraniano” em apenas alguns dias. Anteriormente, a Rússia demorava “meses” para alcançar o mesmo progresso no “leste fortemente defendido da Ucrânia”, afirmou. As forças de Kiev na região perderam 250 soldados, dois tanques, dois veículos de combate e 17 outros veículos nas últimas 24 horas, disse o ministério. Nove peças de artilharia e sistemas de mísseis de vários tipos, incluindo um Vampire de fabricação tcheca e vários lançadores de foguetes RAK-SA-12 fornecidos pela Croácia, também foram destruídos pelo fogo da contra-bateria russa.
Carcóvia tem sido um local que estaria sendo usado pelos ucranianos para facilitar e praticar ataques terroristas dentro do território da Rússia em Belgorod. De acordo com a RT, a sua proximidade permitiu que as tropas ucranianas bombardeassem regularmente a cidade russa com múltiplos sistemas de lançamento de foguetes. Carcóvia foi uma das primeiras cidades que os russos tentaram tomar no início do conflito em 2022, porém sem sucesso.
A cidade fica apenas a 40 quilômetros da fronteira com a Rússia e tinha cerca de 1,5 milhões de habitantes no começo do conflito. No entanto, embora a capital regional não tenha sido tomada, as tropas russas capturaram uma parte significativa da região a leste. Tudo isso mostra que a Rússia avança e neste momento com muita facilidade, inclusive sendo admitido pela própria imprensa da burguesia.





