Nos últimos anos, a burguesia tem intensificado a política de censura. Ao invés de apresentar a coisa como uma medida política, o imperialismo usou a política identitária para encobrir sua ditadura.
Tudo começou, como é possível assistir no Brasil, com a suposta preocupação com as chamadas “minorias”. Tudo seria para proteger mulheres, negros, LGBTs. A pretexto de defender os oprimidos, começou-se uma campanha contra o “discurso de ódio”. Essa política tem, ainda, outra vantagem: contar com o apoio de uma esquerda de classe média para uma política reacionária.
Tudo não passava – e não passa -, no entanto, de pura manobra. Qualquer pessoa minimamente crítica deveria saber que o imperialismo não está preocupado em proteger nenhuma minoria.
Agora, quando o mundo assiste chocado ao genocídio cometido pelo sionismo contra os palestinos em Gaza, o imperialismo não só apoia o massacre desse povo, verdadeiramente oprimido – mulheres, crianças, idosos. O imperialismo usa o mesmo instrumento para censurar as vozes que denunciam o que está ocorrendo.
A Câmara dos Estados Unidos aprovou projeto de lei que amplia a definição de antissemitismo. Denunciar “Israel” e seus crimes é o equivalente a antissemitismo. Por exemplo, os manifestantes que estão acampados a favor da Palestina nos campi universitários seriam racistas, estariam proferindo discurso de ódio, coisas assim.
A esquerda pequeno-burguesa, que defendeu a censura, está provando o veneno da repressão estatal, descobriu que essa repressão nunca está voltada contra o opressor, mas sempre contra o oprimido.
O caso norte-americano não é único. Em vários países, a carta da manga do antissemitismo é usada para reprimir e censurar os que denunciam o sionismo.
No momento em que a situação de “Israel” é muito desmoralizante no mundo todo, que o genocídio é impossível de ser escondido ou disfarçado, o imperialismo aumenta a repressão e a censura.
É a censura sendo usada como arma de guerra a favor de “Israel”.
Quando o conflito na Ucrânia eclodiu, essa arma foi usada contra a Rússia. Vários órgãos russos foram fechados ou censurados, defender a Rússia nas redes sociais podiam custar o banimento, cancelamento ou a censura.
O controle da informação sempre foi uma arma de guerra. A diferença nesse caso é que com o alargamento dos meios de comunicação, com o advento da internet, mais e mais pessoas conseguem acesso a informações que o imperialismo tenta esconder.
Por isso, é preciso colocar em marcha um amplo mecanismo de censura contra o povo. É o que está acontecendo.