A crise no Rio Grande do Sul está sendo acobertada de forma criminosa pela imprensa burguesa. Os jornais procuram retratar um acontecimento “inevitável”, relacionado com o “aquecimento global” e com as “mudanças climáticas”, o que é corroborado pela ala ecologista dos identitários, portanto, por uma parte da esquerda. A imprensa também se esforça para demonstrar uma realidade em que intensos esforços estão sendo feitos para resgatar a população, com uma grande mobilização de diversas equipes. O fato é que o povo gaúcho está à míngua.
Não há uma ação efetiva do Estado no sentido de resgatar aquelas pessoas cuja vida inteira está agora debaixo d’água, também não há nenhum programa no sentido de compensá-las por suas perdas. Segundo relatos da população local, há corpos boiando na água, pessoas dormindo nas calçadas e ruas, enquanto apenas uma pequena parcela foi resgatada.
Além disso, há uma situação de total desmonte de todos o aparato público, com serviços como entrega de comidas, recolhimento de cadáveres e outros tipos de atendimento, sendo feitos pela população civil porque o governo é muito lento e não consegue atender às demandas.
A contagem dos mortos divulgada pela imprensa, pouco mais de uma centena, é totalmente fictícia. Como o governo não está trabalhando no atendimento às vítimas e nem em nada, não é possível conceber que ele seja capaz de realizar a contagem. Segundo companheiros que vivem no estado, é provável que, uma vez que se possa realmente contar o número de mortos deixados pelas enchentes, esse número chegue a mil.
O governador Eduardo Leite, com a política neoliberal de entrega do patrimônio público aos bancos, é o verdadeiro responsável pela situação calamitosa em que se encontra o estado do Rio Grande do Sul nesse momento. No que diz respeito ao financiamento da Defesa Civil, pasta fundamental para a contenção de desastres, o orçamento foi rebaixado de R$ 1 milhão para míseros R$ 50 mil, um verdadeiro crime contra a população do Estado.
Além disso, a Gestão de Projetos e Respostas a Desastres Naturais também sofreu cortes significativos, com uma diminuição de quase R$ 1,4 milhão em seu orçamento entre 2022 e 2023. A responsabilidade de Leite também vai além dos cortes de financiamento. Durante sua gestão, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) foi desmantelada e fundida com a Secretaria Estadual de Infraestrutura. Isso sem falar nas dezenas de privatizações realizadas pelo tucano, o que coloca a situação do Estado em uma precariedade completa.
A realidade é que a política de Eduardo Leite para o Estado do Rio Grande do sul é a política neoliberal, dos bancos. Trata-se de um criminoso roubo de todos os bens da população em prol das famílias de banqueiros. Além disso, é preciso ressaltar que essa é a política do capitalismo para o mundo todo, não só para o Rio Grande do Sul.
O desmoronamento de toda a sociedade é a única consequência possível do neoliberalismo criminoso perpetrado pelo PSDB e pelo restante da direita. O enfrentamento a essa política é o caminho que há para que o planeta não continue à mercê das intempéries do clima, há muito dominadas por avanços científicos que, por falta de orçamento, não são plenamente utilizados na prevenção e solução de catástrofes como a gaúcha.