A crise com a questão palestina está tomando proporções inimagináveis, e o imperialismo aos poucos vai perdendo o controle da opinião pública em relação à ação sionista na faixa de Gaza, um genocídio que em termos proporcionais e dado o tempo decorrido é praticamente inédito na história da humanidade em sua brutalidade.
Em resposta à crise, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas a colocar em discussão resolução que reativa a candidatura da Palestina como estado-membro. A aprovação, naturalmente, foi praticamente unânime.
A oposição a tal proposta partiu, apenas, de nove países: Argentina, Israel, Estados Unidos, República Tcheca, Hungria, Micronésia, Nauru, Palau, Papua-Nova Guiné, sendo que houveram 25 abstenções e 143 votos a favor da proposta, em reunião realizada nesta sexta-feira (10/05).
Pelo documento aprovado, a Palestina está qualificada para adesão como membro da ONU, e é recomendado que o Conselho de Segurança da ONU seja favorável a essa inclusão, dando ao país “direitos e privilégios em pé de igualdade com os Estados-membros”.
Diante da questão, “Israel” esperneou e disse que isso era um prêmio para o Hamas. Os Estados Unidos, financiadores do Estado sionista, também fizeram suas colocações contra a resolução aprovada pela Assembleia Geral da ONU. Cinicamente afirmaram que a questão palestina deve ser resolvida entre as partes, “Israel” e a Palestina. E isso enquanto esse mesmo governo envia armas e bombas para os sionistas que estão matando civis indefesos na faixa de Gaza.
Segundo o sionista norte-americano Robert Wood, embaixador dos Estados Unidos, “medidas unilaterais dos Estados Unidos não vão ajudar” no processo de criação do estado palestino. “Esta resolução não resolve”, concluiu cinicamente.
Por outro lado, Riyad Mansour, embaixador palestino na ONU, afirmou que “tentam nos puxar para fora da geografia e da história, com limpeza étnica e genocídio. Mas sobrevivemos”.
Esse desenvolvimento na ONU se deu somente em razão da reação da brava resistência palestina, a Operação Dilúvio de Al Aqsa, realizada em 7 de outubro do ano passado. A resposta sionista, até certo ponto esperada dado o histórico do movimento político supremacista, tornou difícil e constrangedor, até mesmo para países imperialistas e seus vassalos, o apoio a “Israel”. A imprensa capitalista busca ocultar o que está acontecendo, o genocídio. Mas graças à internet é possível ver imagens diárias das atrocidades cometidas pelos sionistas contra o povo palestino, dentre elas, o genocídio de mais de 15 mil crianças. A recentemente mobilização de estudantes norte-americanos, que se espalha em menor escala para a Europa e outros países, agrava ainda mais a situação.
Por outro lado, é nítida a incapacidade de “Israel” resolver a questão militarmente. A ação israelense já dura mais de seis meses e a resistência do Hamas e de outras organizações está conseguindo evitar o controle total da região por parte dos sionistas. Na realidade, em solo, o exército sionista sofre baixas constantes. A arma de “Israel”, como parte da covardia que é natural do sionismo, são os bombardeios e o lançamento de mísseis contra alvos civis visando desmoralizar os combatentes. Casas, hospitais, mesquitas, prédios públicos, enfim, quase toda estrutura social de Gaza foi posta abaixo pelos sionistas, mas mesmo assim ainda não possuem o controle da região, graças à resistência armada palestina.
Atualmente, o Estado Palestino é reconhecido por 144 países, mas não pelas Nações Unidas, o que revela o alto grau de controle que os norte-americanos possuem sobre a ONU.
Por outro lado, a ocupação sionista pode estar vivendo seus últimos dias, ao contrário do que diz a propaganda. E um sinal disso é a resolução da Assembleia Geral da ONU, que revela uma crise gigantesca e uma dificuldade enorme do imperialismo de controlar a situação. Não fosse assim, se a faixa de Gaza e a resistência palestina estivessem sob controle total, sequer haveria a discussão de se tornar a Palestina um estado-membro da ONU. Todos sabem que a posição de “Israel” é majoritária entre países imperialistas e seus lacaios, mas sustentá-la publicamente é cada vez mais inviável, o que mostra que a luta palestina, pela criação de um estado próprio, avança a passos largos.