O show da Madonna foi a chance para diversas pessoas revelarem seus impulsos e tendências ocultas. A cantora norte-americana se apresentou gratuitamente na Praia de Copacabana e atraiu, segundo números oficiais, mais de 1 milhão de pessoas.
Um dos mais animados espectadores era Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria da Comunicação Social durante o governo Bolsonaro. O machão convicto é, na verdade, um “madonnista” enrustido e aproveitou o evento no Rio de Janeiro para rebolar ao som de clássicos da musa e para encher os olhos com as lindas encenações voluptuosas protagonizadas pela sexagenária no palco.
Ele foi, entretanto, flagrado por algumas das milhões de câmeras ali presentes, e logo se tornou vítima de uma intensa campanha e de xingamentos por parte do público bolsonarista mais conservador, que vê em Madonna uma representante da cultura identitária pela qual desenvolveram total ojeriza.
Em meio aos xingamentos, acusações e aos questionamentos sobre sua sexualidade, Wajngarten respondeu de forma certeira, ele postou, em seu Instagram, uma foto da musa com o primeiro-ministro israelense Netaniahu, além de uma manchete de jornal dizendo que ela apoiou “Israel” após os acontecimentos de 7 de outubro. Demonstrou, assim, que Madonna e Bolsonaro têm tudo a ver.
Wajngarten, nesse sentido, foi muito mais lúcido do que uma boa parte da esquerda nacional, que defendeu que o show de Madonna teria “compensado” o fracasso do Primeiro de Maio. A verdade é que a cantora sempre se mostrou um símbolo do neoliberalismo e é uma das maiores defensoras do sionismo nos tempos atuais.
Infelizmente, muitos esquerdistas ainda não compreenderam que o identitarismo não passa de uma farsa, de uma política do imperialismo para mascarar seus crimes, golpes de estado, genocídios ao redor do planeta. A Madonna, nesse sentido, é um símbolo dessa política mentirosa: finge que defende os oprimidos, mas na realidade é apoiadora do genocídio dos palestinos.