Na segunda-feira (6), o Partido da Causa Operária (PCO) participou de um evento na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) em comemoração à vitória da União Soviética na Segunda Guerra Mundial. Eventos como esse acontecerão em todo o mundo no de 9 de maio, sendo o principal o de Moscou. Antônio Carlos, membro da Direção Nacional do PCO, estava presente e declarou o seguinte sobre o evento:
“Nos encontramos com o embaixador da Rússia no Brasil, Alexey Labetskiy, passamos para ele nossa imprensa e mostramos a posição do PCO desde o primeiro momento em defesa da vitória do povo russo, não só pelo passado, mas pela luta importantíssima que a Rússia trava hoje contra o capacho dos EUA Zelesnki. Uma luta contra a OTAN que quer controlar os recursos naturais, o petróleo e o gás da Rússia.
O ato na ALESP, presidido pelo deputado Maurici, presidente da Comissão de Relações Internacionais da Casa, foi um ato mais protocolar em relação aos que acontecerão agora no dia 9 de maio. As celebrações que acontecerão na Rússia e em toda a região esse ano serão muito importantes dado os mais recentes acontecimentos da guerra na Ucrânia.”
O deputado Maurici posteriormente agradeceu a todos por participaram do ato solene de celebração do fim da Grande Guerra Patriótica, como chamam os russos. Ele considerou o evento como excelente e ficou muito feliz pela quantidade de pessoas que estão mobilizadas para participar de um evento como esse. Ele afirmou durante o evento: “é uma lembrança do que pode ser um domínio das ideias e de regimes fascistas e nazistas nas sociedades atuais. E nos lembra que nós precisamos combater esse tipo de ideologia sempre”.
O dia da vitória
No dia 9 de maio (no horário de Moscou, e 8 de maio, no horário de Berlim) de 1945, o Exército Vermelho derrotou a maior máquina de guerra que o imperialismo europeu já havia construído, a Alemanha nazista. Após quase quatro anos da invasão nazista da União Soviética, o jogo havia virado completamente. Hitler acreditou que destruiria de uma vez por todas o Estado Operário, mas o exército dos operários foi quem tomou Berlim. Foi um dos eventos mais importantes do século, uma grande vitória da classe operária, que foi mal aproveitada devido à política reacionária de Stálin.
Quando os nazistas invadiram a URSS, poucos imaginariam que ela poderia terminar a guerra sendo vitoriosa. Stálin havia feito o acordo com Hitler em 1939 de partilha da Polônia. Os nazistas, então, começaram a guerra contra a França e, depois, contra a Inglaterra. Stálin, no entanto, não se preparou para a invasão. A Operação Barbarossa, lançada em junho de 1941, foi um dos maiores sucessos militares da história e quase derrubou o governo soviético em semanas.
Quem primeiro derrotou os nazistas foi a classe operária de Moscou e Leningrado (São Petersburgo). Nenhuma das duas cidades caiu diante de um dos ataques mais violentos da história. Em 2023, Putin comparou o cerco de Leningrado ao que os sionistas estavam fazendo na Faixa de Gaza. O cerco durou anos até os nazistas recuarem. Impedidos de avançar ao norte, tentaram cortar a Rússia pelo sul. Ao chegarem no rio Volga, uma pequena cidade se tornou o centro da luta política no mundo, Stalingrado.
Foram cinco meses de uma das batalhas mais violentas da história. Aqui, mais uma vez, quem garantiu a vitória foi a classe operária. Em todas as regiões ocupadas pelos nazistas, as guerrilhas se desenvolviam e atacavam o exército alemão pela retaguarda. Além disso, a classe operária organizada no Exército Vermelho resistiu de forma tão heroica quanto o Hamas resiste hoje em Gaza. O exército se reorganizou após os expurgos de Stálin que criaram o desastre inicial. A vitória em Stalingrado virou a balança, era o final da contrarrevolução que havia se iniciado em 1933 com a ascensão de Hitler ao poder. A revolução agora se fortalecia novamente no Exército Vermelho, e ela não descansaria até tomar Berlim.
Foram necessários ainda anos para vencer a guerra, mas, a partir desse momento, Hitler apenas recuava. As revoluções começaram a acontecer em toda Europa sob a ocupação nazista, duas delas, no fim, foram vitoriosas, justamente porque ignoraram política de Stálin, na Iugoslávia e na Albânia. Na Itália, a revolução operária derrubou Mussolini; na França, a revolução estava prestes a derrubar o governo de Vichy, mas os EUA e o general De Gaulle intervieram; na Grécia, a revolução teve de ser esmagada pelos ingleses.
E todos esses movimentos se fortaleciam a medida que o Exército Vermelho avançava para o oeste em direção a Berlim, a capital da reação na Europa naquele momento. Foi uma das vitórias mais gloriosas da história da luta da classe operária que inspira os oprimidos do mundo até hoje. Para os russos, é algo imensurável, estima-se que os nazistas mataram entre 20 e 40 milhões de soviéticos. Não há palavras para descrever tamanha monstruosidade. A imagem da bandeira da URSS hasteada sobre o Reichstag de Berlim é uma das mais belas fotos da história.
Os 3 mitos do dia da vitória
No entanto, como toda a história importante, a burguesia se esforça para ofuscar a realidade ou até a alterar. O primeiro, e mais ridículo dos mitos, é que os EUA venceram a guerra. O exército dos EUA só lutou na Europa a partir de junho de 1944, quando todos já sabiam que era uma questão de tempo a vitória dos soviéticos. Essa farsa é propagandeada pelos filmes de Hollywood para tentar criar o mito de que a “democracia” é quem derrotou o fascismo – uma farsa, pois apenas a classe operária derrota o fascismo.
O segundo mito, tão nocivo quanto o primeiro, é que Stálin foi o responsável pela vitória. Stálin quase levou a URSS à ruína. Ele expurgou todos os mais importantes oficiais do exército, assassinando a maioria, poucos anos antes da guerra, fez um acordo com Hitler e, depois, não se preparou para a defesa do país. Ele foi salvo pela revolução, que, se tivesse sido vitoriosa em mais países, acabaria levando a derrubada do próprio Stálin na URSS. Além disso, Stálin foi contra a revolução em toda a Europa e no mundo no período mais revolucionário da história, o fim da guerra.
O terceiro mito é menos nocivo, mas também importante. É o mito de que quem venceu foi o Exército Vermelho. Isso é um fato, mas esconde uma parte muito importante da guerra: os milhões de operários e camponeses que lutaram contra a Alemanha nazista fazendo todo tipo de operação de sabotagem e guerrilha e os partisanos que se levantaram em toda a Europa. Eles são tão responsáveis pela vitória quanto o Exército Vermelho.
Fato é que o nazismo tentou esmagar a classe operária europeia e, no fim, foi esmagado por ela.