Nesta segunda-feira (6) o Ministério de Relações Exteriores da Rússia anunciou que retaliará contra alvos britânicos na Ucrânia, e em outros lugares, se Kiev usar mísseis fornecidos pelo Reino Unido para atacar território russo. A possível retaliação seria através de armamentos nucleares táticos.
O secretário de Relações Exteriores britânico, David Cameron, disse à agência de notícias Reuters que a Ucrânia tem o direito de usar mísseis de longo alcance enviados pelo Reino Unido para atacar as profundezas da Rússia. A declaração do político imperialista serve para mostrar a realidade de que o imperialismo sempre usou os ucranianos como bucha de canhão contra a Rússia.
Assim, para o Ministério de Negócios Estrangeiros da Rússia as declarações de Cameron comprovam que o governo Britânico faz parte do conflito. A Rússia entende os comentários de Cameron como “evidência de uma grave escalada e confirmação do crescente envolvimento de Londres em operações militares ao lado de Kiev”, acrescentou o ministério.
O embaixador do Reino Unido Nigel Casey, que foi convocado para uma reunião com o ministério de Relações Exteriores Britânico teria sido avisado da possibilidade de escalada da crise por parte do governo russo. “Casey foi avisado de que a resposta aos ataques ucranianos usando armas britânicas em território russo poderia ser qualquer instalação e equipamento militar britânico no território da Ucrânia e além ”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado após a reunião.
De acordo com os russos, Casey foi instado a “pensar nas inevitáveis consequências catastróficas de tais medidas hostis de Londres e a refutar imediatamente da maneira mais decisiva e inequívoca as declarações belicosas e provocativas do chefe do Ministério das Relações Exteriores”.
Diante da situação, logo após as declarações, o Ministério da Defesa russo anunciou um exercício para testar a implantação de armas nucleares táticas. O presidente Vladimir Putin ordenou os exercícios após “declarações e ameaças provocativas” de autoridades ocidentais, disseram os militares.
Segundo a emissora Russian Today (RT), o objetivo do exercício militar seria para que os governantes ocidentais recuassem em sua política agressiva contra a Rússia, seja diretamente, seja através da Ucrânia: “Espera-se que os exercícios arrefeçam as ‘cabeças quentes’ nas capitais ocidentais e os ajudem a compreender as possíveis consequências catastróficas dos riscos estratégicos que geram”, bem como “os impeçam de ajudar o regime de Kiev nas suas ações terroristas e de serem arrastado para um confronto armado direto com a Rússia”, disse o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.
O exercício militar russo se trata de testarem sua capacidade de implantar armas nucleares táticas. As forças de mísseis do Distrito Militar Sul estarão diretamente envolvidas no exercício. Também exigirá a participação de aeronaves militares e da Marinha Russa, disse o ministério. O objetivo do exercício é resolver “os aspectos práticos da preparação e implantação de armas nucleares não estratégicas”, acrescentou.
Os militares citaram “declarações provocativas e ameaças contra a Rússia por parte de certas autoridades ocidentais” como a razão para o exercício. As tropas confirmarão que podem “garantir a integridade territorial incondicional e a soberania” da nação, afirmaram.
A situação é bem grave e envolvem várias potências nucleares, os envolvidos nas declarações possuem grandes arsenais de armas nucleares. A medida que vai ficando mais claro que a Ucrânia está simplesmente liquidada, o imperialismo tenta se mexer para evitar uma derrota para os russos, tanto na questão militar quanto política.
Outro ponto que é extremamente importante levar em consideração é que o imperialismo nesse momento se encontra em uma espiral de crise, não apenas em relação à Ucrânia mais vários outros lugares do planeta como é caso do continente africano e também no Oriente Médio. O problema é que, como um animal ferido e acuado, ele tende a agir de forma ainda mais agressiva.
Há algumas semanas atrás o presidente Francês, Emmanuel Macron, falou sobre colocar militares da OTAN contra o exército russo na questão da Ucrânia. Apesar de o conflito ainda não ter escalado para um conflito direto e aberto entre a Rússia e o bloco imperialista, fica claro que mais uma vez a Rússia está se precavendo contra possíveis ataques surpresas do imperialismo contra seu país e população.