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1º de maio

Uma manifestação fracassada diante de uma situação grave

Censura ao PCO, aumento da repressão em todo o mundo e articulações da direita contra o governo Lula devem servir para disparar o sinal de alerta para o movimento operário

Em poucos dias, cresceram os sinais da contraofensiva imperialista diante da brutal crise que o regime de dominação capitalista vem enfrentando no último período.

Faz poucos dias que anunciamos aqui que o Partido da Causa Operária (PCO) teve o seu canal no YouTube “desmonetizado”, ou seja, impedido de arrecadar recursos por conta de sua atividade e colaborações de seus apoiadores. Medida arbitrária e de frontal violação às liberdades de expressão e de imprensa previsto na Constituição Federal. O mesmo ato de censura se deu com outros três canais parceiros do PCO: o Rádio Causa Operária, o Diário Causa Operária e a Causa Operária TV.

Em mensagem esdrúxula, o YouTube alegou que o Partido havia sido sancionado por publicar conteúdos incluindo “grupos terroristas, grupos violentos extremistas ou indivíduos que apoiam e promovem atividades ilegais”. Deixando evidente que se trata de uma retaliação ao fato do Partido defender publicamente a luta do povo palestino contra o genocídio promovido pelo regime nazista de “Israel”.

O PCO está sendo perseguido e censurado por defender incondicionalmente a Residência Palestina, liderada pelo Hamas, e o conjunto da rebelião dos povos árabes, do Hesbolá, do Ansar Alá, do Irã, da resistência iraquiana etc. Enfim, todos os que lutam contra o Estado genocida de “Israel”.

Como já assinalamos, o que o PCO faz não é crime no Brasil. Não há qualquer base legal para essa ou qualquer outra punição.

O Partido foi censurado simplesmente porque o imperialismo entrou em uma nova etapa de repressão aos povos do mundo. E isso se manifesta claramente, neste episódio e em outras questões centrais, também em nosso País.

É por demais evidente que “Israel” se mostrou profundamente incapaz de vencer a guerra contra os palestinos, escancarando a fragilidade do imperialismo. Diante disso, os chefes imperialistas decidiram aumentar a repressão em todo o mundo. Temem – e com razão – que a derrota de “Israel” que se avizinha, ao mesmo tempo que a fragorosa derrota da Ucrânia – usada como “bucha de canhão” dos EUA e da OTAN contra a Rússia -, acelerem o levante dos países oprimidos e da própria população explorada dos países imperialistas. Gerando, assim, uma possível nova etapa revolucionária, que pode ser muito superior às anteriores, diante do avançado estágio de putrefação do capitalismo.

Por conta disso, o imperialismo partiu para uma contraofensiva, aumentando a repressão em todo o mundo na tentativa de conter novos levantes contra a sua dominação, como ficou evidente na ação brutal contra os estudantes norte-americanos que protestam contra o apoio do governo Biden a “Israel”, com mais de 2 mil prisões.

Essa contraofensiva tem outras consequências importantes no Brasil. É notório que o imperialismo carece de regimes de força para conter a população, como ficou claro na sequência de golpes de Estado, desde o começo deste século em todo o mundo e, de forma destacada, em quase todos os países da América Latina.

O imperialismo quer intensificar a política neoliberal contra a imensa maioria do povo. Por isso mesmo, os governos de Dilma e, agora, de Lula, se mostram como governos inviáveis, por mais concessões que tentem fazer à política do imperialismo.

Para a burguesia mundial, e seus súditos no Brasil, é preciso estabelecer aqui e em todos os lugares do mundo um governo que seja semelhante ao governo ultrarreacionário de Javier Milei.

Por isso, está em andamento um enorme cerco ao governo Lula, que tende a se aprofundar e pode, brevemente, assumir a forma de um golpe fulminante contra o governo eleito com amplo apoio dos trabalhadores e de suas organizações.

Vai nesse sentido a crise envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela mostrou que, na medida em que o imperialismo decidiu rever a sua política de censura, a burguesia também se mostrou disposta liberar o bolsonarismo (com ou sem Bolsonaro à frente). Fica evidente o avanço de um acordo da direita tradicional golpista com o bolsonarismo, como nas “amorosas” declarações da imprensa em relação ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas e, da parte deste, para com o próprio ministro Alexandre de Moraes e outros chefes da direita golpista.

A situação é muito grave. A crise está explodindo nos próprios países imperialistas, e a exploração nos países atrasados tende a ser ainda mais intensificada.

O fracasso político dos atos do 1º de Maio mostra que o movimento operário precisa, com urgência, de uma nova política, classista, de enfrentamento com o imperialismo, ou vai continuar abrindo caminho para a ofensiva da direita que prepara um novo golpe.

No dia posterior ao ato, a imprensa burguesa, que apresenta uma posição cada vez mais hostil ao governo Lula, publicou uma série de artigos criticando o ato. Obviamente, não com o objetivo de fazer o movimento sindical corrigir o rumo, mas, justamente, com o propósito oposto: o de desmoralizar ainda mais o governo. Com o fracasso dos atos, o grande capital agora pressiona para que Lula não participe mais das manifestações de rua – e, assim, se abrace unicamente à frente ampla.

Se fizer isso, acelerará ainda mais a ofensiva contra seu governo e contra os trabalhadores.

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