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Guerra em Gaza

Hamas se impõe e ‘Israel’ recua em nova proposta de cessar-fogo

O Estado de “Israel” teve de recuar em suas propostas inicias de trégua temporária, o que indica que a política do Hamas se impõe diante de sua vitória geral 

O imperialismo apresentou uma nova proposta de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza. Blinken, o secretário de Estado dos EUA, visitou a Arábia Saudita, a Jordânia e, nesta quarta-feira (1º), estará se reunindo com Netaniahu. Ao mesmo tempo, o Hamas, demonstrando força, não cede nenhuma de suas reivindicações essenciais desde o mês de janeiro. São elas: cessar-fogo permanente, retirada de todas as tropas israelenses de Gaza, fim do cerco e troca de prisioneiros. Diante disso, a Al Mayadeen conseguiu informações novas sobre as discussões de cessar-fogo.

A fonte da emissora libanesa afirmou nessa terça-feira (30) que “o documento apresentado ao movimento de resistência palestino Hamas sobre uma nova proposta de cessar-fogo em Gaza incluiu pontos positivos e um recuo na posição israelense”. Afirmou, também, que o Hamas ainda precisa verificar questões-chave, especialmente em relação ao cessar-fogo e à retirada das forças de ocupação israelenses da Faixa de Gaza.

A Al Mayadeen destacou, também, os pontos controversos relacionados à troca de prisioneiros, que exigem mais tempo para chegar a um acordo, especialmente em relação aos seus números e categorias. Segundo a fonte, a irredutibilidade do Hamas em suas demandas principais forçou a ocupação israelense a recuar em questões relacionadas ao cessar-fogo, à retirada de Gaza e ao retorno dos deslocados à força para suas casas. A retirada de todas as tropas de “Israel” de Gaza permitiria a livre circulação dos palestinos no território, que é uma das exigências do Hamas.

A fonte disse à Al Mayadeen que o Hamas continua estudando a nova proposta após o retorno de sua delegação da capital egípcia, Cairo. Pode-se dizer que o clima das negociações é melhor do que antes, e há um recuo na posição israelense em relação à retirada de Gaza e ao retorno dos palestinos deslocados. O que não ficou claro é se “Israel” aceitou de fato se retirar de forma completa do território palestino.

‘Israel’ muda sua postura

Segundo o portal Axios, esta é a primeira vez desde 7 de outubro, o início da atual fase do conflito, que os líderes israelenses sinalizam disposição para discutir o fim do ataque a Gaza como parte das negociações para um acordo de troca de prisioneiros. Ou seja, a Al Mayadeen não é a única que divulga essa informação.

O jornal afirma que os egípcios apresentaram uma nova proposta ao Hamas indicando “a disposição de Israel para fazer mais concessões significativas“. O Axios citou autoridades israelenses dizendo que a nova proposta foi desenvolvida em conjunto à delegação de inteligência egípcia e à equipe de negociação israelense,

O portal afirma que “Israel”, em sua nova proposta, aborda as exigências do Hamas, “como uma disposição para o retorno completo dos palestinos deslocados para suas casas no norte de Gaza” e a retirada da presença do exército sionista do corredor que divide a Faixa de Gaza. Além disso, a proposta inclui “uma disposição para discutir o estabelecimento de um cessar-fogo sustentável” como parte da segunda fase do acordo, após a troca dos prisioneiros.

Pelas considerações da Axios, parece que “Israel” está cedendo terreno para o Hamas, mas ainda não aceitou uma retirada completa de suas tropas. Eles citam o corredor que divide o norte do sul, crucial para o retorno de centenas de milhares de palestinos para suas casas. Além disso, cita a questão de um possível cessar-fogo permanente. É uma clara imposição de força do Hamas, mas não significa que o partido mais popular da Palestina está disposto a aceitar.

Os outros atores no acordo de cessar-fogo

O ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, afirmou anteriormente estar “esperançoso” sobre uma nova proposta de cessar-fogo. “Há uma proposta na mesa (e cabe) às duas partes considerar e aceitar”, disse Shoukry, em Riade, no Fórum Econômico Mundial. “Estamos aguardando uma decisão final. Existem fatores que terão impacto nas decisões de ambas as partes, mas espero que todos estejam à altura do momento“, destacou.

Já o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou na segunda-feira (29), também em Riade, que a ocupação israelense ofereceu ao Hamas uma oferta “muito generosa” para libertar os prisioneiros israelenses, o que poderia levar a um cessar-fogo em Gaza.

Mas Ihsan Ataia, membro do birô político da Jiade Islâmica Palestina, disse à Al Mayadeen que a proposta apresentada não é tão generosa quanto os norte-americanos afirmam. “A oferta proposta tem grandes lacunas e tramas maliciosas”, enfatizou Ataya, destacando que “a proposta apresentada tem três páginas e meia e fala sobre detalhes em três estágios”.

A posição da Jiade Islâmica certamente é mais balanceada do que a dos EUA e do que a da ditadura militar egípcia. No entanto, os relatórios da Al Mayadeen e do Axios indicam algo mais relevante do que se o acordo será aprovado ou não – isso será definido no campo de batalha. Eles indicam que “Israel” está tendo que ceder ao Hamas diante de suas derrotas. É uma demonstração de que o Hamas está no caminho da vitória e, pelo tamanho da crise, é possível que essa vitória aconteça num futuro muito próximo.

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