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Política

A contraofensiva do imperialismo no Brasil

Diante da fragilidade de "Israel", reação apresenta grave perigo para América Latina

No dia 27 de abril, o Partido da Causa Operária (PCO) anunciou que o seu canal no YouTube foi “desmonetizado”. O mesmo ocorreu a outros três canais parceiros do PCO: o Rádio Causa Operária, o Diário Causa Operária e a Causa Operária TV. Posteriormente, em mensagem enviada a este Diário, o YouTube confirmou a informação e ainda alegou que o Partido havia sido sancionado por publicar conteúdos incluindo “grupos terroristas, grupos violentos extremistas ou indivíduos que apoiam e promovem atividades ilegais”.

Trata-se claramente de uma retaliação ao fato de o Partido defender publicamente a resistência armada no Oriente Próximo. Por defender incondicionalmente o Hamas, o Hesbolá, o Ansar Alá e todos os grupos que lutam contra o Estado de “Israel”. O que o PCO faz não é crime no Brasil. Tampouco o PCO foi punido porque os donos do YouTube consideram que o Partido tenha feito algo ilegal. O PCO foi censurado simplesmente porque o imperialismo entrou em uma nova etapa de repressão aos povos do mundo.

Na medida em que “Israel” se mostrou cada vez mais incapaz de vencer a guerra contra os palestinos, escancarando a fragilidade do imperialismo, os Estados Unidos, a União Europeia e o Japão decidiram aumentar exponencialmente a repressão. Por um motivo óbvio: a cada vez mais provável derrota de “Israel”, bem como a líquida e certa derrota da Ucrânia, são eventos que despertam, entre os países oprimidos, um sentimento revolucionário. E, por isso, o imperialismo partiu para uma contraofensiva, aumentando a repressão em todo o mundo na tentativa de conter novos levantes contra a dominação imperialista.

Além da censura ao PCO, essa contraofensiva está levando a consequências importantes no Brasil. Uma vez que o imperialismo precisa, do ponto de vista político, de regimes de força para conter a população e, do ponto de vista econômico, intensificar a política neoliberal para conseguir bancar seus gastos militares, o governo Lula se tornou um governo inviável. É preciso estabelecer, no Brasil, um governo que seja o mais parecido possível com o governo argentino de Javier Milei. Neste sentido, é provável que a burguesia parta para uma ofensiva fulminante contra o governo Lula no próximo período.

A contraofensiva como um todo já é um movimento fulminante. Em poucos dias, uma série de acontecimentos importantes mostraram essa mudança de política. O banimento do TikTok, a repressão aos estudantes norte-americanos, a viagem do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ao Oriente Médio são apenas alguns desses acontecimentos.

Do ponto de vista da movimentação da burguesia, o acontecimento mais importante no Brasil é a crise envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela mostrou que, na medida em que o imperialismo decidiu rever a sua política de censura, a burguesia também se mostrou disposta a dar um sinal verde para que o bolsonarismo avançasse no regime. O aparente descarte de Alexandre de Moraes implica, portanto, em um acordo da burguesia com Jair Bolsonaro (PL).

Há sinais desse acordo em vários lugares. Um indício importante são os editoriais da imprensa capitalista, todos criticando a atuação do ministro. Outro é as declarações que foram atribuídas recentemente a Tarcísio de Freitas, que teria intermediado um acordo entre os bolsonaristas e Moraes.

Há, também, movimentações importantes do presidente da República. Lula tem empreendido esforços no sentido de formar uma aliança com os governos “democráticos” contra a extrema direita. Isto é, uma aliança com o imperialismo. Ao mesmo tempo, o seu governo assinou uma carta exigindo a soltura dos prisioneiros sob tutela do Hamas – isto é, uma carta em defesa de “Israel”, que, de forma repugnante, ignora os mais de 35 mil assassinados pela entidade sionista.

A movimentação de Lula é muito semelhante à que o PT realizou durante os momentos anteriores ao golpe de 2016. Naquela época, Dilma Rousseff, ao sentir que estava prestes a ser derrubada, tentou, desesperadamente, conseguir apoio do imperialismo para se manter no governo. Essa tentativa ficou clara, por exemplo, na nomeação do banqueiro neoliberal Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda.

A situação para o Brasil é bastante grave. Uma vez que a crise está explodindo nos próprios países imperialistas, a exploração nos países atrasados tende a ser ainda mais intensificada. Afinal, a repressão em um país imperialista é sempre mais complicada que em um país atrasado. Além de a classe operária ser mais bem organizada nos países desenvolvidos, uma repressão excessiva ou uma política muito austera acaba inevitavelmente levando a revoluções. E, entre o risco de uma revolução na América Latina ou uma revolução na Europa, o imperialismo sempre preferirá “pesar a mão” nos países atrasados.

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