Recentemente, o presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, assinou um projeto de lei para banir a rede social TikTok do país, sob a alegação de que o aplicativo fornecia dados dos cidadãos norte-americanos para a agência estatal chinesa de inteligência, o que caracterizaria uma ameaça à segurança nacional dos EUA.
A data limite para a retirada do TikTok foi definida como 270 dias após a assinatura do projeto de lei, o que será logo após as eleições presidenciais do país. Várias figuras criticaram a decisão, incluindo, curiosamente, setores do Partido Republicano e do Partido Democrata. Entre os críticos, destaca-se Robert F. Kennedy Junior, candidato independente à presidência dos Estados Unidos e sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy, que morreu assassinado durante seu mandato presidencial em 1963.
Robert Kennedy diz que o argumento da segurança nacional é uma “cortina de fumaça” e que seu objetivo real é “parecer duro com a China”. Ele explica:
“Agências de inteligência de muitos países, especialmente do nosso, estão coletando seus dados de todos os lugares o tempo todo”.
Kennedy prometeu processar o Estado norte-americano, alegando a inconstitucionalidade do projeto de lei assinado por Biden para banir o TikTok.
Kennedy está certo em suas críticas acerca do banimento do TikTok. De fato, a “segurança nacional” é pura balela, já que o chefe executivo do aplicativo, Shou Zi Chew, não é chinês, mas de Cingapura. Além disso, é casado com uma mulher norte-americana de família oriunda de Taiuã.
A crítica de Kennedy, contudo, é incapaz de falar o principal sobre a censura ao TikTok: que ela é fruto da crise da dominação imperialista na Palestina e, de forma geral, em todo o Oriente Médio. Os movimentos pró-palestina, muito fortes entre os estudantes dos EUA, têm como um dos principais meios de circulação de informações o TikTok, rede social muito popular entre jovens e que não obedece de forma total as restrições à liberdade de expressão impostas pelas agências de inteligência.