Com a crescente radicalização do movimento dos trabalhadores e o enorme crescimento das greves, o 1º de Maio precisa ser marcado por essa perspectiva de mobilizações. Atualmente, o movimento operário vive uma contradição entre essa tendência dos trabalhadores e a política de suas direções sindicais ao promoverem essa que é a data mais importante no calendário da luta da classe trabalhadora internacionalmente.
A explicação dessa contradição é simples: o 1º de Maio está sendo convocado pelas Centrais Sindicais sem nenhuma perspectiva de luta, sem nenhuma proposta de unificação das greves que estão ocorrendo e apenas comemorações, com dia de festividades e palavras de ordem genéricas, cujo tema é “Por um Brasil mais Justo”, chamando os trabalhadores a um dia de reflexão para levar a toda a população brasileira a luta do movimento sindical em defesa da classe trabalhadora, destacando pautas como emprego decente, correção da tabela de Imposto de Renda, juros mais baixos, valorização do serviço e dos servidores públicos, salário igual para trabalho igual, aposentadoria digna. (Site CUT 23/04/2024)
Ao invés de fazer do 1º de Maio um momento de preparação de uma enorme mobilização dos trabalhadores, que hoje já se encontram em movimento ou se preparam no próximo período para um enfrentamento com os patrões, a direita golpista e o imperialismo, encastelados nas instituições do Estado, é necessário que as reivindicações efetivamente reflitam aquelas nas quais os trabalhadores venham a se mobilizar, tais como:
- Abaixo o arrocho salarial, aumento já!;
- Não ao desemprego;
- Jornada de trabalho de 35h semanais;
- Saúde, moradia e educação;
- Petróleo 100% nacional;
- Reforma Agrária com a expropriação do latifúndio;
- Revogação de todas as “reformas” dos governos Temer e Bolsonaro;
- Não ao pagamento da dívida pública;
- Pela independência das organizações operárias;
- Abaixo a “independência” do Banco Central;
- Estatização do Sistema Financeiro;
- Reestatização da Eletrobrás e de todas as estatais privatizadas sem indenização;
- Solidariedade à luta dos povos oprimidos e aos trabalhadores do mundo;
- Por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo e pelo socialismo.
A CUT (falamos da CUT por se tratar da única e verdadeira Central Sindical fundada e forjada das grandes mobilizações operárias do final da década de 1970 e começo de 1980 e que reúne milhões de trabalhadores nos seus mais de 4 mil sindicatos filiados) neste 1º de maio deve aproveitar a oportunidade e ser o carro-chefe à expansão e unificação das lutas e se colocar numa perspectiva de combate real para o movimento operário.
O imperialismo e a burguesia preparam um novo e ainda mais brutal ataque às condições de vida das massas através dos tradicionais “ajustes econômicos” impostos pela direita (Congresso Nacional e Judiciário) ao governo Lula, que ataca e sabota (de dentro) o governo.
A CUT precisa organizar a luta e apontar uma perspectiva de combate para os trabalhadores neste momento. Aproximam-se grandes desafios para o movimento operário e torna-se urgente e necessário discutir a elaboração de um plano de lutas e a organização dos trabalhadores sobre a base de um claro programa operário e anti-imperialista que se contraponha à política que se está gestando no reacionário Congresso Nacional, pela direita dita “civilizada”, da extrema direita e seus porta-vozes na imprensa capitalista venal.
A direita está de cabeça erguida e vem ocupando as ruas do País, vide atos bolsonaristas na Av. Paulista, em São Paulo e, mais recentemente, em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Não podemos aceitar isso! É necessário organizar um grande movimento e dar uma resposta a esta direita, para mostrar que o trabalhador brasileiro não vai aceitar que a direita tome conta do País de forma nenhuma, tomar as ruas e fazer isso sistematicamente até que a direita se cale e recue.