Mais de 20 das universidades norte-americanas de renome, estão em greve estudantil ou com acampamentos montados por todo o campus, organizados pelo movimento em defesa da Palestina. Todas as mobilizações estão sendo violentamente atacadas pela polícia.
Os protestos começaram quando estudantes da Universidade de Colúmbia montaram um acampamento no mesmo dia em que a sua presidenta, Minouche Shafik, passou por uma audiência no Congresso dos EUA. Os republicanos a acusaram de não enquadrar adequadamente o “antissemitismo” no campus. Outro fator que estimulou o início dessas manifestações foi a demissão de outros presidentes de universidades por suas posições contra o genocídio em Gaza meses antes.
O que se pode dizer é que as manifestações dos estudantes estão bem radicalizadas em defesa da Palestina e está deixando o governo dos Estados Unidos preocupado, até porque a repressão já é gigantesca à medida que o movimento entre a juventude e os professores cresce. A imprensa em desespero também faz a campanha contra os jovens e classifica as manifestações como “anti-semitas” na tentativa de indispor os estudantes com a população norte-americana, o que não está dando muito certo.
Os estudantes estão enfrentando, além da repressão policial e da administração das universidades, eles também estão sendo chantageados a saírem das manifestações, caso contrário, poderiam inclusive perder suas matrículas e enfrentar trancamentos de cursos por parte do setor administrativo das instituições.
Essas são as universidades que criaram campos de solidariedade em Gaza até o dia 22/04: Barnard, UC Berkeley, Colômbia, Emerson, Universidade de Maryland, Universidade de Michigan, MIT, A Nova Escola, Universidade de Nova York, Rutgers, Tufos, Vanderbilt, Washington U, Yale.
Segundo a Al Mayadeen, na noite de segunda-feira (22), na Universidade de Nova York, a polícia interveio à medida que os protestos cresciam, fazendo prisões pouco depois das 20h30. A universidade instou os estudantes a dispersarem os protestos, citando “cânticos intimidadores e vários incidentes anti-semitas”, que teriam levado à intervenção policial.
Na Universidade de Yale, aproximadamente 45 estudantes manifestantes foram presos e acusados de contravenções e invasão de propriedade após cerca de 200 manifestantes acamparem na Praça Beinecke durante três dias. Os manifestantes exigiram que Yale cesse quaisquer investimentos em empresas de defesa que façam negócios com “Israel”.
AGORA: Prisões em massa e repressão violenta a alunos, professores e manifestantes pró-Palestina na Universidade de Nova York (NYU). pic.twitter.com/aQAtjao91P
— FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil (@FepalB) April 23, 2024
Enquanto isso, na Universidade de Colúmbia, a administração transferiu as aulas online na segunda-feira (22) devido aos protestos em andamento. Centenas de estudantes montaram acampamentos no campus desde a semana anterior, exigindo um cessar-fogo em Gaza, criticando o apoio do governo Biden a “Israel” e apelando à Colúmbia para desfazer-se das suas ligações financeiras com “Israel”.
AGORA 🚨: Polícia de Nova Iorque inicia prisão em massa de estudantes americanos que estão em acampamentos pacíficos de solidariedade ao povo palestino pic.twitter.com/aFrxdFd6FX
— Kais Husein (@okaisito) April 23, 2024
No mesmo contexto, a Harvard Yard restringiu o acesso público na segunda-feira (22), exigindo permissão prévia para estruturas como tendas e mesas e verificação de identidades escolares. O estudante de direito da NYU, Byul Yoon, criticou a decisão da universidade de permitir prisões policiais no campus.
A ditadura sionista se estabeleceu nos EUA. A polícia de Nova Iorque prendeu dezenas de estudantes que se manifestavam em defesa da Palestina. pic.twitter.com/MXa5Tzm4xi
— Instituto Brasil-Palestina 🇵🇸 (@Ibraspal) April 23, 2024
As mobilizações têm crescido em todo planeta, neste caso das universidades norte-americanas é bastante sintomático o tamanho da crise. Ou seja, no coração do imperialismo, no país oficialmente patrocinador de todo horror sionista que assistimos na Faixa de Gaza, enfrenta uma convulsão bastante radical de jovens estudantes contra o “Israel” em defesa dos palestinos.