Com a recente entrada do Irã no conflito contra “Israel”, após a retaliação prometida contra esse Estado artificial devido ao ataque à embaixada iraniana em Damasco, capital da Síria, a imprensa capitalista nacional, tradicional porta-voz do imperialismo em nosso País, iniciou uma campanha de calúnias na tentativa de novamente, ludibriar e sequestrar a opinião pública em favor dos sionistas, porém desta vez, contra o Irã.
A revista Veja, no dia 13, lançou uma matéria intitulada Por que os iranianos querem eliminar Israel em vez de cuidar da própria vida?, trazendo uma análise política nada séria. Além do título, logo no início, a matéria questiona, “qual seria o interesse existencial do Irã numa guerra?”
Como resposta para sua própria questão mal formulada, ela responde: “nenhum, Fora infelizmente a lógica do extremismo.”
A pergunta e a resposta já denunciam a tentativa de desumanizar os iranianos, de tentar colocá-los como bárbaros que procuram incessantemente guerra com seus vizinhos na região. Logo em seguida, a autora requenta o argumento da oposição entre xiitas e sunitas, alegando que pelo fato do Irã possuir vizinhos sunitas, o país seria considerado inimigo inclusive pelas nações árabes.
Essa oposição, no entanto, já foi superada nas relações entre os países árabes na atualidade, como se evidenciou na retomada das relações entre a nação persa e a Arábia Saudita, ocorrida em março de 2023, cujo governo fantoche do imperialismo constituia a origem da cisão.
A matéria segue propagando a ideia de que o Irã é um grande monstro regional, cercado de inimigos que alimentam sua paranoia pela defesa de seus interesses. Explicando assim o fato de ser uma potência militar.
Os conflitos, segundo o artigo, advém de uma necessidade que nenhuma relação guarda com os ataques do imperialismo ao regime persa, oriundo da Revolução de 1979, mas de uma abstrata justificativa existencial: “O regime iraniano busca o conflito, mesmo quando terceirizado, para justificar a própria existência, Israel faz a guerra para sobreviver.”
Nada pode estar mais errado do que esta afirmação. “Israel” é um estado colonial artificial, apoiado pelo imperialismo, que oprime os palestinos desde antes da própria Nakba e leva adiante sua política criminosa para eliminar de vez os palestinos, e ficarem com seus territórios. Algo que é inclusive citado por inúmeros líderes sionistas, soldados e colonos ao longo da história de maneira bem clara e natural.
Já o Irã é obrigado a tornar-se uma potência militar para justamente se defender da ditadura mundial que apoia “Israel”, sendo frequentemente ameaçado por lutar por sua soberania política e econômica.
As calúnias continuam. O Irã é acusado de financiar organizações no Oriente Médio supostamente contrárias à paz, ou seja, organizações que, assim como o governo iraniano, não se dobram aos interesses do imperialismo.
O alerta vem no fim da matéria. Segundo Veja, a doutrina xiita é um fator desagregador para os países vizinhos que também possuem grandes grupos xiitas, fazendo com que estes se unam ao “maligno” Irã, na tentativa de acabar com a soberania dos demais países em favor desse verdadeiro monstro do Oriente Médio.
Ávidos para difamar o Irã, os propagandistas utilizam elementos típicos da propaganda imperialista na tentativa de dominar a região. A velha técnica de dividir para conquistar, clássico dos sistemas opressores em qualquer região do mundo.
Dessa maneira vai se inaugurando o que será uma grande teia de calúnias e mentiras por parte da imprensa burguesa nacional, na tentativa de favorecer os sionistas com a manipulação da opinião pública nacional.
Uma resposta adequada à pergunta feita pela matéria é bem mais simples: os iranianos estão, efetivamente, cuidando da própria vida. Ocorre que o principal agente desestabilizador da região não é outro, mas o próprio Estado de “Israel”, criado para assegurar os interesses imperialistas no Oriente Médio e que, por isso mesmo, tem choques constantes com o governo persa.
Como um país mais evoluído na defesa dos interesses nacionais (conquista da Revolução de 1979), o Irã é o principal antagonista dos invasores sionistas por ter percebido que sua revolução será esmagada sem um enfrentamento adequado das provocações israelenses. Atentados, ataques ao programa nuclear, entre uma infinidade de intromissões nos assuntos iranianos, deixam claro que não há paz possível para o Irã enquanto “Israel” existir.
O mesmo vale as nações da Ásia Menor, que só podem “cuidar da própria vida” quando os invasores da Palestina lá inseridos pelos EUA e pela Europa para oprimir os povos do Oriente Médio forem expulsos. Nesse sentido, a pergunta mais acertada seria “porque as nações imperialistas não cuidam da própria vida”? Essa pergunta, claro, jamais seria feita por Veja.