O imperialismo inglês tomou o controle direto do Oriente Médio durante a Primeira Guerra Mundial. Os otomanos foram derrotados e assim os ingleses e os franceses tomaram o que hoje são a Palestina, a Síria, o Líbano, o Iraque e a Jordânia, dentre outros países árabes. O método dos ingleses era simples, escolher um aliado árabe para ser o rei e assim usá-lo como seu lacaio. Foi assim que aconteceu na Transjordânia, atual Jordânia.
Abdulá, o primeiro rei da Jordânia, era irmão de Hussein Ibn Ali, o governante do Hejaz, região de Meca e Medina, atual Arábia Saudita. Ele foi educado em Istambul, capital do Império Otomano e se tornou representante de Meca no parlamento otomano. Em 1914 adentrou o movimento nacionalista árabe, que lutava contra os otomanos. O movimento foi usado pelos ingleses para seus interesses na região. Abdulá era um dos principais aliados do imperialismo, ele realizava os acordos com os ingleses.
Após o fim da guerra e da grande revolta árabe, os ingleses traíram o movimento nacionalista e começaram a impor seus aliados como os reis na região. No dia 8 de março de 1920, o Congresso do Iraque proclamou Abdulá como rei constitucional do país. No entanto, ele recusou o cargo, que ficou com seu irmão Faisal I. Abdulá então ganhou o trono da própria Transjordânia.
Abdulá se tornou o Emir da Transjordânia no dia 1 de abril de 1921, o primeiro governo do país se formou no dia 11. O Reino Haxemita, que governa o país até hoje, foi fundado oficialmente nesse momento. Os Haxemitas eram os grandes aliados dos ingleses no Oriente Médio. Eles foram derrubados no Iraque em 1958 durante o período do nacionalismo árabe. No entanto, na Jordânia estão no poder até hoje.
O reino da Transjordânia foi crucial para a criação do Estado de “Israel”. Como um lacaio do imperialismo no ano de 1948, quando os sionistas realizaram a limpeza étnica na Palestina, o reino ocupou a Cisjordânia. Foi um movimento casado com os sionistas, ele seguraria a revolta palestina por cerca de 20 anos. Depois “Israel” ocupou a Cisjordânia e assim a luta palestina cresceu exponencialmente.
O regime político da Jordânia, criado pelo próprio Winston Churchill, até hoje é um dos mais reacionários do Oriente Médio. Ele segue sendo responsável pela opressão do povo palestino até hoje. Por isso correr sérios riscos de cair diante da luta do povo da Jordânia em defesa da Palestina.