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Egito

Em crise, ‘Israel’ negocia com Hamas após derrota em Khan Younis

Reunidos na capital egípcia, dirigentes do Hamas e do sionismo negociam cessar-fogo que pode precipitar o fim do conflito e uma vitória histórica para a Resistência Palestina

Poucos dias após completar exatos seis meses, o massacre na Faixa de Gaza perpetrado por “Israel” contra o povo palestino e enfrentado pelo partido Movimento Resistência Islâmica (Hamas) apresenta um quadro desolador para a ocupação sionista da Palestina. Telavive (sede da ditadura sionista) não apenas falhou em recuperar os militares israelenses capturados como se vê agora mergulhada em uma crise, interna e externa, que ameaça derrubar o governo de Benjamin Netaniahu e, ao mesmo tempo, torna o apoio do imperialismo norte-americano aos israelenses um fardo insustentável.

Atentos à evolução da conjuntura desfavorável a “Israel”, a ditadura supremacista e o principal partido da Resistência Palestina, o Hamas, reuniram-se no Cairo, onde discutiram uma proposta de cessar-fogo em três fases, cada uma durando 42 dias e com a previsão de libertação de 40 prisioneiros israelenses, incluindo mulheres, crianças e idosos, em troca de 900 prisioneiros palestinos, incluindo 100 com sentenças de prisão perpétua. As informações sobre a reunião foram repassadas ao sítio libanês Al Mayadeen, segundo o órgão, por membros da Resistência Palestina (“Sources reveal details of Cairo’s proposal, Hamas’ response: Exclusive”, 10/4/2024).

Conforme divulgado pelo sítio, o acordo em negociação prevê o retorno dos civis deslocados ao Norte de Gaza e a implementação de moradias temporárias na região, supervisionadas por uma equipe da ONU, que teria a missão de garantir o retorno seguro dos deslocados. Segundo Al Mayadeen, “a proposta anterior implicava o retorno de 2.000 indivíduos deslocados por dia”, porém a nova proposta não menciona o contingente específico liberado para retorno.

Conforme a emissora libanesa, “o Hamas se opôs ao retorno gradual dos deslocados” durante o período de 42 dias. Segundo o Al Mayadeen, ainda durante primeira fase, “500 caminhões de ajuda serão entregues diariamente, com uma parte alocada para a região norte, incluindo tendas e caravanas. Em complemento, serão feitos esforços para reabilitar hospitais, centros de saúde e padarias, enquanto se restaura a infraestrutura, como estradas, água, eletricidade, saneamento e redes de comunicação. Por fim, será permitida a entrada de equipamentos para remoção de escombros”.

A proposta em negociação também sugere que as forças israelenses se desloquem de áreas densamente povoadas para locais designados por “Israel” em um mapa. O Hamas, no entanto, considerou o termo “fora das áreas densamente povoadas” vago e rejeitou a proposta, alegando que ela concederia a “Israel” a autoridade para controlar essas áreas e estabelecer uma zona tampão. No entanto, ao mesmo tempo, o partido revolucionário concordou com a presença das forças de ocupação na fronteira, com a condição de que a retirada completa fosse realizada no final da primeira fase.

No acordo em negociação, “Israel” pediu a permanência de tropas em determinados pontos, cuja localização deu lugar a um debate. Diz Al Mayadeen que:

“A proposta também incluía a aprovação de ‘Israel’ para a abertura das ruas al-Rashid e Salah al-Din, com forças israelenses posicionadas a 500 metros delas”, porém (acrescenta o sítio), “o Hamas rejeitou essa proposta e, em vez disso, exigiu uma retirada para a rua Salah al-Din e uma retirada da rua al-Rashid.” Segundo a matéria, os revolucionários palestinos propuseram que as forças sionistas ficassem estacionadas em um determinado ponto e apenas durante o primeiro estágio. “Ao final desse estágio”, continua o relatório apresentado pelo órgão, “todas as forças devem se retirar para fora das fronteiras”.

Por fim, ainda durante os 42 dias, ambos os lados procederiam com a libertação prisioneiros, 40 israelenses, incluindo mulheres, crianças e idosos, e 900 prisioneiros palestinos, incluindo 100 com sentenças de prisão perpétua. “Com relação à questão dos prisioneiros”, informa Al Mayadeen, “há dois problemas principais”:

“De acordo com as fontes”, prossegue o órgão libanês, “a primeira questão é que ‘Israel’ exigiu a libertação de 40 prisioneiros. Mas se não houver um número suficiente de crianças, mulheres e idosos entre eles, então ele insiste na libertação de prisioneiros do sexo masculino”. O partido palestino teria rejeitado essa proposta, assim como outra apresentada, que daria aos sionistas o direito de deportar prisioneiros condenados à prisão perpétua.

Transcorridos os primeiros 42 dias da primeira etapa, o acordo em negociação estabelece “a libertação de todos os prisioneiros israelenses e o retorno a uma calma sustentável”. O Hamas, no entanto, considerou o termo “calma sustentável” pouco claro, segundo o sítio libanês. O partido apontou também que este estágio não incluía nenhuma informação sobre cessar-fogo ou uma retirada completa das forças de ocupação israelenses, assim como não especificava o número de prisioneiros palestinos a serem libertos.

No terceiro e último estágio do acordo, estão previstas trocas que incluem os corpos e restos mortais de israelenses mortos e dos mártires palestinos. Segundo Al Mayadeen, o acordo é garantido pelos governos do Egito, Catar e Estados Unidos. Seis meses após o início da invasão de Gaza, as tropas israelenses já se demonstram incapazes de alcançar os objetivos declarados no começo da campanha genocida, que, na propaganda sionista, visava erradicar o Hamas em resposta aos ataques de outubro. A liderança militar de “Israel”, no entanto, anunciou no último domingo (7) a retirada das tropas de Khan Younis. Trata-se de mais uma importante derrota do sionismo e, consequentemente, uma vitória da Resistência Palestina, que conseguiu expulsar os invasores da cidade, localizada no Sul da Faixa de Gaza.

Para disfarçar a derrota, “Israel” voltou a ameaçar invadir Rafá, no extremo sul de Gaza e fronteira com o Egito. No último dia 8, Netaniahu disse que uma data foi definida para uma suposta ofensiva terrestre na cidade fronteiriça, onde vivem atualmente cerca de 1,4 milhão de palestinos deslocados. É de se questionar se Telavive dispõe de força para empreender este ataque, que pode ser o mais abjeto ato de desumanidade cometido pelos sionista até agora, mas uma coisa é certa: o conflito iniciado no dia 7 de outubro aproxima-se de uma conclusão extremamente favorável à Resistência Palestina.

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