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Oriente Médio

Quem é exército xiita que cercou ‘Israel’ com apoio do Irã

A Revolução Iraniana estimulou toda a população xiita a lutar contra o imperialismo, hoje quase todos os países da região possuem um grupo de resistência armada contra o sionismo

A imprensa imperialista criou propaga a tese de que o Irã controla diversos grupos que combatem “Israel” e os EUA pelo Oriente Médio. O Irã seria a ditadura teocrática, os EUA e o sionismo a democracia. Isso é evidentemente uma farsa, é impossível chamar um país que assassina 40 mil pessoas indefesas de democracia, e os EUA são os patrocinadores do genocídio. Mas em relação ao Irã, é fato que ele controla diversos grupos? A verdade é que o Eixo da Resistência, que consiste em diversas organizações armadas no Oriente Médio, é apenas apoiado pelo Irã.

O Partido de Deus, o Hesbolá

O Hesbolá foi fundado em 1982 durante a invasão israelense do Líbano. Ele é o um partido político que possuiu uma milícia xiita. As relações dos xiitas do Líbano com o Irã inclusive são de antes da própria Revolução Iraniana. Sendo assim, a organização tem desde sempre estreitas relações com o governo iraniano. A Força Quds, comandanda por Qassem Soleimani, diversas vezes ajudou os libaneses, na guerra de 2006, em que o Hesbolá derrotou “Israel”, Soleimani estava pessoalmente presente. Mas, ainda assim, o Hesbolá atua de forma independente, inclusive com 15 parlamentares.

Forças de Mobilização Popular (al-Hashd al-Shaabi)

As Forças de Mobilização Popular são o maior e mais poderosa organização da resistência do Iraque. Alguns relatórios afirmam que ele se tornou a terceira maior força militar do país no ano passado. Relatórios oficiais mostram que, de 2021 a 2023, as Forças de Mobilização Popular dobraram de número – de 116.000 combatentes para 238.000. Em comparação, o número de soldados do exército regular aumentou em 25.000 (para 450.000) no mesmo período, enquanto o número de policiais no país aumentou em 22.250 (para 700.000).

Elas foram fundadas em 2014 para lutar contra o Estado Islâmico. Tornaram-se uma organização legal no final de 2016, quando o parlamento iraquiano legislou sobre seu status. O Ministério do Interior listou mais de 67 brigadas diferentes, que pertenciam à organização guarda-chuva.

A Organização Badr

Esse grupo surgiu durante a Guerra Irã-Iraque, ajudou o Irã a lutar contra Saddam Hussein. Hadi al-Amiri – líder da organização e experiente comandante de campo – foi uma das poucas pessoas que os militantes do EI temiam realmente em 2014. Al-Amiri declarou publicamente seu apoio ao Irã. Em 30 anos, ele percorreu um longo caminho – de um guerrilheiro que lutou na guerra Irã-Iraque ao lado de Teerã, a um comandante militar encarregado de uma das maiores brigadas xiitas do Iraque. Ele também foi ministro dos Transportes do Iraque. Al-Amiri passou de “traidor nacional”, por se opor a Sadam, a herói iraquiano considerado uma figura chave na luta contra o EI.

Cataibe Hesbolá

Formado em 2003, tem até 30.000 combatentes. O grupo participou ativamente da resistência contra as forças dos EUA durante a Guerra do Iraque. Também lutou contra o EI e grupos afiliados ao lado do presidente sírio Bashar al-Assad. Segundo alguns relatos, os combatentes do Cataibe Hesbolá são treinados por instrutores das Forças Quds, das Guardas Islâmicas Revolucionárias do Irã.

Os EUA acreditam que o recente ataque em que três soldados dos EUA foram mortos na fronteira entre a Jordânia e a Síria foi realizado pelo Cataibe Hesbolá. O Pentágono declarou isso publicamente.

O grupo era liderado por Jamal Jafar Ibrahimi, mais conhecido como Abu Mahdi al-Muhandis, que era de Basra, no Iraque. No entanto, ele foi assassinado em 3 de janeiro de 2020, no mesmo ataque norte-americano que assassinou Qassem Soleimani.

A influência do Irã na Síria

A guerra da Síria contra o imperialismo, que se iniciou em 2011, teve dois grande aliados, a Rússia e a Síria. Desde o início do conflito, o Irã enviou combatentes voluntários, equipamento militar, medicamentos, combustível e munições para a Síria. O Irã abriu uma linha de crédito e alocou fundos enormes para apoiar o governo Assad. Isso ajudou a Síria a resistir até 2015, quando a Força Aérea da Rússia entrou em ação e virou o jogo para a derrota do EI na Síria. Durante a guerra, com ajuda do Irã, foram formadas milícias xiitas no país ao estilo do Iraque e do Líbano.

Liua Abu al-Fadhal al-Abbas (LAFA)

A Brigada Al-Abbas foi formada em 2012 com um objetivo específico – garantir a segurança da mesquita Saida Zeinab em Damasco e outros locais sagrados na Síria reverenciados pelos xiitas. A brigada é dividida em grupos menores, homenageando os 12 Imãs xiitas, e consiste principalmente em xiitas, iraquianos, libaneses e sírios. Inicialmente, havia cerca de 500 combatentes, mas em 2013 o número de voluntários aumentou para 10.000. Todos os combatentes concluíram um curso de treinamento de 45 dias no Irã, durante o qual foram treinados para usar armas como lançadores de granadas, rifles de assalto Kalashnikov e rifles de longo alcance.

A Brigada Fatemioun

Este grupo foi oficialmente formado em 2014. Inclui principalmente xiitas do Afeganistão, conhecidos como Hazaras (que compõem cerca de 10% da população total do país). Os combatentes são recrutados entre os milhões de refugiados afegãos que vivem no Irã. No Afeganistão, o grupo é conhecido como “Hesbolá do Afeganistão”. Brigada Fatemiioun é composta principalmente pelo Exército de Muhammad – um grupo militante xiita formado durante a guerra soviético-afegã. Esses militantes também haviam lutado contra o Talibã. A brigada é dividida em unidades menores. Por exemplo, o grupo inclui a Brigada Abuzar, que é composta inteiramente por militantes afegãos.

A Brigada Fatimioun participou da guerra na Síria. Ela lutou nas cidades sírias de Homs, Alepo, Deir ez-Zor e Idlib. As brigadas possuíam tanques russos modernos T-90. De acordo com diversas fontes, eles têm entre 10.000 e 20.000 combatentes (essas informações remontam a 2017, ápice da luta contra o EI). Hoje, a brigada não está mais ativa, mas os especialistas acreditam que, se necessário, o Irã poderia convocar até 40.000 combatentes treinados a qualquer momento. Pelo menos 10.000 deles possuem experiência de combate.

A Brigada Zainebioun

Este grupo inclui principalmente xiitas paquistaneses (das regiões de Curram e Beluquistão). O nome da unidade refere-se ao principal santuário xiita em Damasco, atacado pelos militantes do EI em 2013. Após esse incidente, a região começou a mobilizar ativamente militantes xiitas. A brigada paquistanesa tinha entre 2.000 e 5.000 combatentes. Era frequentemente vista perto de Damasco, assim como perto de Aleppo e Idlib, e participou das ofensivas do Exército Sírio.

Em uma entrevista à Panjereh em 23 de junho de 2016, o comandante-chefe do Zainebiioun, Saiied Abbas Mousavi, afirmou que o principal motivo da mobilização do grupo era a ameaça aos locais de peregrinação xiita na Síria. Ele disse que os xiitas paquistaneses queriam “correr para a defesa dos santuários” e participar da “batalha apocalíptica contra terroristas”.

Ansar Alá, os temidos “hutis” do Iêmen

A população xiita do Iêmen também pegou em armas a partir de 2004. O Ansar Alá, os partidários de deus, são comandados por Abdul Malic al-Huti, filho do fundador do movimento. Eles tomaram o poder em 2014 em meio a conjuntura revolucionária da Primavera Árabe e depois lutaram 8 anos contra o imperialismo que usava os sauditas para atacar o Iêmen. Após essa vitória, o Ansar Alá se mostrou uma força extremamente poderosa, mesmo com o país sendo o mais pobre de região. O Irã ajudou com armamentos e apoio geral, mas foi o povo do Iêmen o responsável pela força que possui o Ansar Alá. Nesse caso eles não são mais uma milícia, ou uma brigada, eles são o governo do Iêmen.

O mérito do Irã, em relação as principais organizações armadas, não foi de criá-las ou controlá-las. O mérito dele garante um enorme apoio financeiro, militar e político para todos esses movimentos. E não se pode esquecer o Hamas e as demais organizações palestinas, que não são xiitas. O Irã nesse sentido tem a política externa mais radical do planeta.

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