No sábado (6), mais uma vez foi ao ar a tradicional Análise Política da Semana. O programa é o carro-chefe da Causa Operária TV e é transmitido às 13h com a apresentação do presidente do PCO, Rui Costa Pimenta. O tema principal foi o vazamento dos documentos do Twitter em relação ao STF e o TSE. Mas Rui Pimenta comentou também outros temas quentes como a Palestina, o golpe de 1964 e a ditadura no Equador.
Rui começou comentando os vazamento que estão sendo chamado de “Arquivos de Twitter Brasil”: “O TSE vem trabalhando há muitos anos para censurar a propaganda eleitoral durante as eleições. Vários meios para fazer limitar a campanha popular. Cartazes são proibidos, faixas são proibidas, os carros de som foram tão regulamentados que não se pode usar, os cavaletes também. Os panfletos ainda não foram proibidos, mas muitos órgãos públicos dificultam a distribuição. A propaganda eleitoral se tornou uma espécie de banditismo.”
E após essa introdução, chegou ao ponto das redes sociais: “a Internet havia se transformado em uma plataforma importante, uma vez que a televisão só é acessível para os principais candidatos dos partidos grandes. Mas agora vai haver a vigilância enorme das redes sociais. Acrescenta-se mais um caso de censura na propaganda eleitoral. As ilegalidades de Alexandre de Moraes vão muito além da simples censura. Eles abrem caminho para a vigilância sobre os usuários. Ele pediu que os dados de usuários que replicaram uma hashtag fossem abertos. Ele estabelece assim um sistema de vigilância de tipo 1984 sobre os usuários da Internet. Os seus dados são revelados para o governo mesmo sem o seu conhecimento. É tudo muito grave.”
Pimenta ainda comenta como é errada a tese da esquerda de que importa que o homem por detrás dos vazamentos foi o bilionário Elon Musk: “a esquerda quer ignorar o que foi divulgado sobre o Alexandre de Moraes só porque o Elon Musk é de direita. Mas não são os usuários do Twitter que não respeitam a lei, quem não respeita a lei é o Alexandre de Moraes. Por exemplo, a cassação de todas as redes do PCO foi um ato ilegal.”
O golpe de Estado no Equador
O presidente do PCO também relaciona a ditadura do Equador com o ministro do STF, Alexandre de Moraes, em suas palavras: “no Equador se estabeleceu uma ditadura depois de vários golpes de Estado. Essa ditadura chamou as forças armadas norte-americanas para Equador para combater o crime organizado. Com esse pretexto eles estabeleceram uma ditadura total no Equador. Ontem a ditadura fez algo inédito: um político dissidente, Jorge Glass, pediu asilo à Embaixada Mexicana. Os tratados internacionais todos garantem que a embaixada é território nacional do México. Invadir a embaixada é equivalente a invadir o México. E a polícia do Equador invadiu a embaixada”.
Esse caso deixa claro que a direita tradicional, o setor de Moraes, não tem oposição a ditaduras fascistas. Rui continua: “para entender quão grave é isso: o governo Pinochet, não invadiu nenhuma embaixada. O Hitler da América Latina não fez isso. É algo inédito. E esse governo do Equador é um governo dos norte-americanos, ou seja, Alexandre de Moraes é do mesmo bloco que eles.”
Saindo do tema da liberdade de expressão, o presidente do PCO comentou as principais campanhas do Partido. Destacou a petição contra o PL das “Fake News” e também comentou sobre o jantar especial de defesa da Palestina. O evento acontecerá no dia 20 de abril e é uma forma de financiar os mais novos materiais que o PCO está produzindo em defesa da Palestina.
A guerra na Palestina e o golpe de 1964
Logo em seguida, Rui Costa Pimenta comentou o ataque do ministro das relações exteriores de “Israel” ao presidente da república brasileiro. O chanceler se aproveitou que Lula confundiu a palavra milhares com milhões, algo totalmente comum, para afirmar que o presidente não sabe contar. Rui comentou: “o chanceler de ‘Israel’ disse abertamente que o Brasil tem um presidente que não sabe contar. Essa tirada dele é uma típica tirada racista. Todos sabem que o Lula é um operário, que veio do nordeste, um imigrante. Trabalhou em trabalhos muito humildes em sua infância, fez um curso no Senai, foi operário metalúrgico e nunca fez um curso universitário. Era uma pessoa pobre. Para qualquer pessoa normal essa trajetória deveria ser elogiada. Ao contrário de muita gente que não serve para nada, não faz nada de bom, que tem títulos universitários e não serva para nada, só nasceu nas condições boas, o atual presidente do Brasil é um homem que veio de baixo e se transformou em presidente da república, isso merece respeito”.
Após expor as origens do preconceito contra Lula, concluiu: “quando o chanceler fala que ele não sabe contar, ele se refere a isso, às origens humildes do presidente. Com isso ele está mostrando desprezo pelo povo brasileiro. E aqui não há identitários levantando a gritaria, mesmo que ele esteja ofendendo 200 milhões de brasileiros. Esse chanceler israelense é um vagabundo. Ele é um criminoso. Se há algo que ele merece é ser fuzilado pelo que ele está fazendo na Faixa de Gaza”.
Rui Pimenta fez questão de comentar o aniversário de 60 anos do golpe militar de 1964. Após contar a história do evento, tirou a seguinte conclusão: “o golpe militar de 1964 foi o pior desastre da história brasileira e a herança continua aí. As Forças Armadas se transformaram numa guarda pretoriana, elementos de mentalidade fascista subordinados dos norte-americanos. Isso é resultado do golpe de 1964, que expurgou das forças armadas os elementos nacionalistas. E isso aconteceu em todas as esferas da sociedade”.
Por fim, fez uma análise sobre a situação da Palestina. Rui considera que a guerra tende a terminar no futuro próximo, pois o regime político dos EUA, que sustenta a guerra desde o princípio, está em uma crise gigantesca. E afirmou: “dentro do regime político norte-americano há uma crise total. Houve um racha no partido democrata, dentro do próprio sionismo. Agora houve um racha na ala trumpista. A situação é tão feia que até a extrema direita dos EUA não quer apoiar. É uma crise muito profunda. Podemos dizer com uma certa segurança que estamos chegando à resolução do conflito”.
Concluindo a Análise, Rui Costa Pimenta disse ainda: “o caso do Irã assustou todos. Se o Irã entrar em guerra com “Israel” a situação vai sair ainda mais do controle. Estamos esperando o que o Irã fará. Caso haja o cessar-fogo e pare a atividade militar em Gaza, a derrota do sionismo é total. A derrota do Netaniahu é ainda maior. O que alguns falaram que foi um erro de cálculo será a maior vitória que os palestinos já tiveram em 100 anos de luta contra o imperialismo e o sionismo”.
Mais uma vez a Análise Política da Semana está imperdível! Todos os interessantes em assistir ao programa na íntegra podem acessar a Causa Operária TV: