Todo ano, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) promove o chamado “Abril Vermelho”, período no qual intensifica suas atividades de ocupação e de luta pela terra como um todo. Desde a eleição de Lula, entretanto, este período tornou-se ainda mais importante, pois, agora, o governo, sendo de esquerda, tende a atender com mais facilidade os interesses dos sem terra.
Nesse sentido, desde 2023, o MST aumentou ainda mais as ocupações que realiza durante o Abril Vermelho. Ao mesmo tempo, os latifundiários e seus jagunços intensificaram seus ataques contra a organização sem terra e, neste ano, não será diferente.
Segundo o jornal A Gazeta do Povo, ligado à extrema direita, no dia 1º de abril, latifundiários lançaram o que estão chamando de “Abril Amarelo”, uma iniciativa para se opor às atividades de ocupação do MST em 2024. Este evento teria sido criado pelo Invasão Zero, um grupo fascista que serve para atacar os trabalhadores sem terra.
Ainda segundo o Gazeta, o Invasão Zero afirma possuir 35 mil produtores espalhados pelos estados da Bahia, Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco, Tocantins, Mato Grosso, Pará, Maranhão, Santa Catarina e Espírito Santo.
“Deflagramos [o ‘Abril Amarelo’] em todos os estados em que temos influência, para que todos os produtores se organizem. É uma reação. Eu espero que isso possa conter e evitar essas invasões que eles [MST] gostam tanto de fazer nesse mês de abril”, afirmou Luiz Uaquim, um dos coordenadores do movimento direitista, à Gazeta do Povo.
Ou seja, trata-se de uma espécie de milícia fascista que promete atacar o MST no momento em que este luta por seus direitos garantidos, inclusive, pela Constituição Federal. Nesse sentido, é muito provável que abril seja um mês extremamente polarizado no que diz respeito à luta do campo.