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Coluna

Lições da cadeirada no Sindicato dos professores

Cenenas de professores se revoltam contra atitude da diretoria de não submeter proposta do governo e decisão sobre greve à assembleia da categoria

Na última quinta feira (4), as redes sociais e a imprensa capitalista foram inundadas de imagens da Assembleias dos professores estaduais do Ceará, convocada pelo Sindicato da categoria (APEOEC), que terminou com centenas de cadeiras sendo arremessadas contra o presidente da entidade,  desde 2011, Anízio Santos de Melo, outros diretores e seguranças, que tiveram que sair correndo do local . Presidente de sindicato é agredido com várias cadeiradas durante evento de trabalhadores

Embora seja evidente que setores da oposição oportunista (liderada pelo PSOL e satélites) e da direita – que estimulou a queima de bandeiras  do Sindicato da categoria – buscaram tirar proveito da situação, as imagens e depoimentos de muitos professores na assembléia e nas redes sociais, evidenciam o descontentamento a categoria com a condução da atividade e da própria campanha salarial, bem como da política adotada pela direção.

Passando por cima

A direção do Sindicato, se recusou a que a assembleia da Capital deliberasse sobre a proposta do governo que prevê reajuste s limitados diante das perdas da categoria e da alta inflacionária e sobre a proposta de greve, já que os professores se encontravam (e ainda estão) em “estado de greve”, sobre o esdrúxulo pretexto de que ainda haverá outras assembleias, em diversas regiões do Estado, para deliberar sobre o assunto.

Diretores do sindicato, consideram que a proposta apresentada pelo governo  contempla grande parte das reivindicações da classe. E ujsam como um dos principais argumentos, supostos estudos que apontariam que o reajuste colocaria os gastos com a folha de pagamento dos educadores nos limites das margens estabelecidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal  (LRF), que estabelece limites para os gastos do Estado com o pagamento dos salários.

O fato de que sindicalistas, tenham como referência se sua atuação e para a luta da categoria os supostos limites de uma  legislação reacionária, como a LRF, representa um total submissão à legislação imposto pela direita golpista e um abandono da defesa das necessidades dos trabalhadores. Por esse critério político, os escravos deveriam se submeter à escravidão , já que a mesma era legal e não utar contra ela.

Se os sindicatos e demais organizações dos trabalhadores existissem para respeitar e defender a Lei estabelecida pelos patrões e pelo Estado, perderiam o seu sentido de ser para a maioria dos trabalhadores.

Em nota oficial a diretoria do Sindicato, sem apresentar qualquer explicação sobre a proposta por eles defendida, criticou os protestos expressivos na assembleia, como sendo “atos criminosos praticados por uma minoria truculenta composta por arruaceiros covardes e antidemocráticos“; mas as imagens e depoimentos não deixam dúvidas de que não houve qualquer iniciativa dos milhares de professores presentes em defesa da diretoria e que a imensa maioria dos presentes estavam a favor da greve que a diretoria se recusou a colocar em votação.

Quem deve decidir é a categoria

Entre os argumentos apresentados pela diretoria, estava também o de que no caso a greve ser aprovada, ela seria declarada ilegal. Posição reacionária, que não tem o menos cabimento. Se os sindicatos só forem à luta quando tiverem a legalidade de sua mobilização reconhecida pelo Estado, não haverá mais mobilização, ante a um quadro em que o Judiciário esta totalmente dominado pela direita que age abertamente conta a mobilização dos trabalhadores, decretando multas milionárias contra os sindicatos e até mesmo audiência greves seja feitas com 90% de comparecimento ao trabalho, mas do que em dias normais, e outros absurdos em favor dos patrões e dos seus governos.

De qualquer forma, em uma entidade democrática, como deve ser um sindicato, quem deve decidir sempre, são os trabalhadores, por meio do poder soberano das assembleias. Independentemente de qual seja a consideração da diretoria, que tem o dever de expressar sua posição, bem como o de garantir que as posições diferentes se manifestem e que os trabalhadores decidam.

Segundo a Nota da Diretoria, “a Assembleia foi deliberadamente interditada e implodida pela referida horda quando a Presidência da entidade tentava encontrar uma proposta de medição para dar continuidade à nossa luta de forma ampla e unificada“. O tratamento depreciativo contra outros setores, quando foi por demais evidente que a diretoria não aceitou encaminha a votação mostra que a direção acaba por atuar, assim como setores da direita o fazem,  em proveito da divisão da categoria.

A própria nota não esclarecem em nenhum de sua linhas, porque a proposta defendida pela diretoria seria melhor, não esclarece nada e apenas se dedica a fazer críticas morais às atitudes contra professores, chamados de “criminosos”, fala de “banditismo” usando uma linguagem típica da direita contra a mobilização dos trabalhadores.

A própria política adotada pela diretoria é uma política divisionista dos professores quando adota o método típico dos sindicatos comandados pelos setores mais reacionária s da burocracia sindical de dividir os trabalhadores em diversas assembléias, quando a maioria força dos professores e demais servidores públicos é a sua unidade, com milhares de trabalhadores nas ruas para pressionar os governos pelo atendimento de suas reivindicações.

Mesmo em grandes Estados do País, com mais de 600 cidades como São Paulo, Minas Gerais etc. a maior arma dos professores, é  a mobilização e deliberação unitária de suas lutas. É colocar milhares de professores nas ruas, contra os governos inimigos da Educação e da população.

A política confusa ou mesmo reacionária de setores (quem sabe até da direita) da categoria de queimar bandeiras, propor desfiliação do Sindicato deve ser critica e combatida por meios políticos e superada por meio de uma ampla democracia nos Sindicatos, que não é uma propriedade de suas diretorias.

É por demais evidente, em todo o País, a necessidade de quebrar a paralisia da imensa maioria das direções sindicais.

É preciso dar voz e ver aos setores de base nos Sindicatos, encurtar os mandatos das direções, aumentar o poder de decisão dos trabalhadores, reforçar os comandos de greve e todo tipo de organização de base.

Os acontecimentos de Fortaleza, devem acender a luz amarela n’às apenas da diretoria da APEOEC, mas de todos os Sindicato e organizações dos trabalhadores.

A política de conciliação com os patrões e seus governos, submissão aos interesses do estado, à Justiça etc. está sendo cada vez mais repudiada pelos trabalhadores. A paciência dos trabalhadores têm limites.

Em sua nota, a diretoria afirma que “não seremos palanque para oposição nem colchão para a situação“, sem se dizer explicitamente a quem se refere, quando a maioria da assembleia estava contra sua posição.

Sequer é capaz de apontar a política de setores direitistas, minoritários e da própria imprensa golpista, que procuram tirar proveito do ocorrido para atacar o Sindicato, uma arma da categoria, que não é a mesma coisa que a sua direção.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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