Em sua estreia na Fase de Grupos, o Botafogo tomou um baile, em pleno Estádio Nilton Santos, do colombiano Juniro Baranquilla, que abriu 3 x 0 logo no primeiro tempo. O gol de Hugo no final do primeiro tempo não foi suficiente para reverter o desastre que deu três pontos ao time visitante, com placar final de 3 x 1.
O Botafogo, de início ao fim, teve dificuldades na criação no meio-campo, impedindo qualquer atitude do ataque. Marlon Freitas estava lento, Gregore, como tem sido sua constante, afobado, e Eduardo simplesmente desapareceu.
No ataque, Tiquinho se salvou quando teve com a bola, tirando alguns erros grotescos, como ocorreu com todos os jogadores. Júnior Santos não estava num bom dia e piorou quando técnico interino Fábio Matias decidiu colocá-lo na ponta-direita. Savarino, por sua vez, errou tudo e ainda atrapalhou vários contra-ataques, não entrou em campo.
A zaga lenta não conseguia acompanhar os contra-ataques dos colombianos. O jovem lateral uruguaio, o menino Mateo Ponte claramente sentiu a estreia e errou tudo, feito de criança pelos adversários, que passavam por ele com muito facilidade. Na esquerda, Hugo, novamente com problemas marcação, cedeu o pênalti (mal marcado) que levaria ao primeiro gol do Junior. Lucas Halter, lerdo, muito mal posicionado, cometeu falha bizarra que levou ao 3° gol do time colombiano. Barboza, mais seguro defensivamente, ficou apelando para lançamentos de ligação direta na falta de uma meio-campo para armar o jogo.
No segundo tempo, saíram Gregore e Savarino para a entrada de Luiz Henrique e Tchê Tchê. O primeiro, ainda fora de forma, fez uma partida tímida, mas mostrou vantagem. Tchê deu mais dinamismo ao meio-campo, mas não deu conta da tarefa.
A grande dúvida é: por que raios Danilo Barbosa, de longe o melhor volante do time, não foi titular e nem sequer entrou em campo? Se quer marcação alta, como se propôs o Botafogo, é preciso ter um meio-campo pegador, e Danilo nisso seria indispensável… Erro do interino, que cometeu outras falhas:
- Colocou Júnior Santos na direita com a entrada de Luiz Henrique na direita;
- Não conseguiu resolver o problema no meio, que em determinado momento contou apenas com dois jogadores, levando a um segundo tempo de ligação direta defesa-ataque e chuveirinho.
Quando Jeffinho entrou no lugar de Marlon Freitas, devolvendo Júnior Santos à esquerda, entre Tiquinho e Luiz Henrique, o time deu uma melhorada, mas a criação continuou pífia. No último lance, Jeffinho e Tiquinho abandonaram a chuveirada e tabelaram com qualidade e quase marcaram um gol pro Botafogo, mostrando o que era preciso ter sido feito antes: jogar com aproximação aproveitando a qualidade do elenco.
Enfim, a derrota está na conta do interino Fábio Matias, que chegou à sua primeira derrota em 10 jogos. Mas, principalmente, foi uma derrota do planejamento da SAF, que demorou para contratar um técnico oficial, que finalmente foi anunciado: o português Artur Jorge, que já assumiu a equipe.
Secundariamente, podemos também culpar a péssima arbitragem, que deu um pênalti inexistente e foi conivente com a cera dos jogadores colombianos. De bola rolando, deve ter tido uns 50 minutos… Quando os jogadores botafoguenses reclamavam, eram amarelados, mas nada disso para a cera colombiana. Para piorar, num jogo que merecia, no mínimo, dez minutos de acréscimo, o juiz deu apenas cinco.
Enfim, derrota importante na Libertadores, em casa.