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Dia de Hoje na História

5/4/1992: Alberto Fujimori dissolve o Congresso peruano

Com a benção dos norte-americanos, Fujimori implantou um regime de terror neoliberal no Peru

Em 5 de abril de 1992, o então presidente peruano, Alberto Fujimori, perpetrou um, assim denominado, “autogolpe” no país latino-americano.

Por meio do Decreto-Lei 25.418, chamado Lei de Bases do Governo de Emergência e Reconstrução Nacional, Fujimori dissolveu o Congresso da República e “reorganizou”todo o Poder Judiciário.

Fujimori pretendia, a partir do estabelecimento de uma nova ordem, aplicar a receita neoliberal indicada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial, o que incluia severas medidas de austeridade.

A receita neoliberal havia sido proposta para Fujimori em viagem aos Estados Unidos, na qual se reuniu com autoridades do FMI que indicaram que essa seria a contrapartida esperada pelo Peru para que pudessem ser feitos novos empréstimos por parte da “comunidade financeira internacional”.

Fujimori, do partido Cambio 90, que não possuía maioria das cadeiras no congresso peruano, as quais estavam sobretudo com os partidos APRA e Fredemo, conseguiu que o Poder Legislativo fosse delegado para ele por um certo período para que as reformas econômicas pudessem ser impostas contra a vontade do povo. 

Entretanto, após muito abuso de poder por parte do presidente golpista, os representantes legislativos da oposição passaram a recusar-se a capitular diante de Fujimori.

Então, na noite de 5 de abril, tanques do Exército peruano foram dirigidos para frente do Congresso com a ordem de fechá-lo.

Gás lacrimogêneo foi lançado sobre um grupo de senadores que tentaram se opor, assim como militares foram enviados para deter qualquer um que tentasse resistir.

A partir da implantação do Decreto 25.418, a constituição de 1979 ficou suspensa.

Fujimori convocou eleições para um novo congresso, na qual obteve maioria e promulgou uma nova constituição em 1993.

Para aplicar a criminosa política econômica do imperialismo, Fujimori precisou também aplicar uma dura repressão contra a reação popular e iniciou o que ele chamou de “caça aos terroristas”, que nada mais foi do que a caça à reação popular.

Milícias paramilitares foram formadas e assassinaram mais de 60 mil camponeses, ao longo de uma década de mandato, incluindo as lideranças do movimento Sendero Luminoso.

Em 2021, Fujimori foi levado à justiça peruana para responder pelos crimes que cometeu, dentre eles a esterilização forçada de mais de 350 mil mulheres e 25 mil homens.

Fujimori foi condenado a 25 anos de prisão pelos crimes de corrupção e violação de Direitos Humanos, no entanto, o governo atual da golpista Dina Boluarte determinou a sua soltura.

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