Os uigures são um dos grupos étnicos mais famosos do mundo devido à enorme campanha imperialista realizada com eles. Isso porque eles vivem dentro da China e o imperialismo tenta utilizá-los, sem muito sucesso, para instigar um movimento separatista que enfraqueça o governo chinês. Por isso existem diversas denúncias, sem quase nenhum fundamento, de que os Uigures são um dos povos mais oprimidos do mundo, resultado da suposta perseguição chinesa aos muçulmanos. Algo que só existe nas páginas da imprensa imperialista, a mais ávida propagadora de ódio aos muçulmanos no planeta.
Mas quem são os Uigures? São um grupo étnico majoritariamente muçulmano que habita a região de Xinjiang, no noroeste da China. Uma região que faz fronteira com o Cazaquistão, o Quirguistão, O Turcomenistão, o Tajiquistão, o Afeganistão e o norte da Índia, ou seja, na Ásia central. A fronteira com o Afeganistão denuncia também que é um território de grande importância para o imperialismo. Para os chineses, é um das vias da nova Rota da Seda, ou seja, também um território de grande importância que os chineses não desejam que seja desestabilizado.
A questão palestina, como em tantos outros casos, demonstrou que essas lideranças separatistas uigures trabalham a serviço do imperialismo. Dentre os muçulmanos, eles são os mais ávidos apoiadores do Estado de “Israel”, algo que nem mesmo a Arábia Saudita tem a coragem de fazer. O chamado Congresso Mundial Uigur, liderado por Dolkun Isa, emitiu uma declaração já no dia 9 de outubro de 2023 condenando as ações do Hamas e expressando solidariedade e apoio a “Israel”. A declaração também expressou solidariedade com todos aqueles “sofrendo com o terrorismo e a guerra”. É uma posição idêntica à dos governos imperialistas.
O imperialismo e os uigures
Mas a influência do imperialismo é ainda maior do que aparenta. Recentemente, um dos órgãos de inteligência norte-americana divulgou um relatório intitulado Avaliação Anual de Ameaças, considerando a China a primeira ameaça para os Estados Unidos, seguida por Rússia, Irã, Coreia do Norte e o Hamas em Gaza. O que é estranho no relatório é que ele não mencionou o Estado Islâmico (EI) como uma ameaça para os Estados Unidos. Foi um ato falho muito explicativo. O EI é, na verdade, uma ferramenta dos EUA.
O relatório também cita o “jiade chinês”, isto é, a tentativa dos Estados Unidos de replicar o modelo afegão durante a guerra contra a URSS. A política é criar uma organização islâmica para liderar a guerra contra a China “por perseguir muçulmanos uigures”. Mas a farsa é total. Existem 10 etnias muçulmanas da China, mas só ouvimos falar dos uigures. As outras etnias muçulmanas praticam seus rituais e culto sem nenhum problema. A perseguição aos muçulmanos é um mito completo, e isso enfraquece a posição do imperialismo.
Ao mesmo tempo, a China se coloca ao lado da luta dos palestinos, mesmo que de forma tímida, o que aumenta a sua popularidade em toda a população muçulmana, cerca de 30 milhões de pessoas, um número pequeno para a China, mas grande o suficiente para chamar a atenção do imperialismo. A China inclusive defendeu, no julgamento da Corte Internacional de Justiça (CIJ), o direito dos palestinos de pegar em armas contra a ocupação, ou seja, na prática, defendeu o Hamas. Isso por si só deve criar uma crise entra a direção pró-imperialista financiada pelos EUA e as bases populares dos uigures.
Uma campanha contra a China
Outro fator importante é que o imperialismo utiliza a sua campanha dos uigures para difamar a China nos países islâmicos. É uma campanha de calúnias que afirma que os muçulmanos são um povo oprimido na China. Por meio dessa propaganda, aconteceram até mesmo manifestações em defesa dos uigures em diversos países. Por exemplo, em Jacarta, na Indonésia, aconteceram manifestações contra o governo da China.
O protesto foi organizado pela Frente dos Defensores do Islã, e os manifestantes ergueram faixas com os dizeres “a China precisa parar com a discriminação“, “o governo chinês é sionista” e “salvem os muçulmanos uigures“. O caso é sintomático, pois revela que a campanha é de difamação total: acusam os chineses de serem os aliados dos sionistas quando se mostrou, na prática, que os separatistas uigures é que são os sionistas dentro da China.
Os protestos diminuíram de frequência dede 2019, quando foi seu ápice, provavelmente, pois o presidente da Turquia, Erdogan, que estava os incentivando, mudou de posição cada vez mais a favor da China.
A China combate a campanha imperialista desenvolvendo Xinjiang. O PIB da província aumentou de 0,84 trilhão de iuane (US$116,8 bilhões) em 2013 para 1,91 trilhão de iuane em 2023, e a renda disponível per capita dos residentes aumentou de 13.700 iuane em 2013 para 28.900 iuane em 2023. O número de turistas visitando Xinjiang também disparou de 48,6 milhões em 2012 para 265 milhões em 2023, alcançando um recorde histórico. Com números como esses, a tática de instigar a revolta na população falhou completamente. Agora, os agentes do imperialismo mostram sua face: são aliados do sionismo, os maiores inimigos do islã no planeta.