Quase o Santos jogou a primeira partida da final em São Paulo capital, mesmo, tal como foi na semi-final, quando o time bateu por 3 x 1 o Bragantino Red Bull, ou Red Bull Bragantino. Fato é que jogar o nome de um energético no nome do time é um forte fator de repulsa, não tem muito jeito. Isso não aconteceu porque o Corinthians resolveu não alugar o estádio (Neo Química Arena) para o Santos sob o pretexto de depredação causada pelos santistas durante o jogo contra o time de Bragança Paulista.
A rivalidade já rebaixou times e fez outros campeões, e o fato é que a partida foi disputada na Vila Belmiro, e os santistas da capital não tiveram mais essa oportunidade de ver seu time de perto. Claro, se Red Bull é um nome ruim para time, Neo Quimica Arena é um nome pior para um estádio, mas enfim, vamos ao jogo!
A partida teve, pelo menos no primeiro tempo, uma superioridade maior do Santos sobre o Palmeiras. Nada sufocante, mas um Santos buscando mais o jogo e o Palmeiras aguardando em seu campo o que o time da Vila tinha para oferecer. De toda sorte, o time da Vila Belmiro conseguiu envolver o poderoso Palmeiras de Abel Ferreira, tendo finalizado mais vezes contra a meta alviverde e terminado o jogo com maior posse de bola, se é que isso significa alguma coisa em um clássico de futebol.
Uma questão é de se destacar é que o Santos vem de um rebaixamento no campeonato nacional, e irá disputar a série B este ano, o que fez que algumas torcidas organizadas do time colocassem suas faixas de cabeça para baixo no estádio, e assim devem ficar até o time voltar à série A.
Outro detalhe interessante é que na Vila Belmiro, desde quando Pelé faleceu, em XX, tem um telão exibindo gols do Rei durante toda a partida, o que serve de inspiração para craques como Endrick, a nova revelação do futebol brasileiro, muito bem marcado pelos beques Santos no primeiro tempo. Com uma jogada perigosa do Palmeiras, o jogo terminou 0 x 0 em sua primeira etapa. Clássico é clássico.
“E que se dane a arena impressora” diz o locutor santista do jogo. É inegável que as transmissões do Youtube são bem divertidas, para dizer o mínimo.
Mal começou o segundo tempo e o Santos marcou, para a loucura dos quase 16 mil santistas presentes na Vila Belmiro. Guilherme deixa Marcos Rocha caído no gramado, invade a área em velocidade pela esquerda, levanta a cabeça e cruza na medida para o baixinho Otero se antecipar a Piquerez. Sobe livre na pequena área e cabeceia no contrapé de Weverton que nada pode fazer.
O jogo abre, Palmeiras resolve entrar em campo, e Endrick aparece mais. Porém, não adiantam as tentativas do time e alguns lances perigosos e um ou dois milagres do arqueiro santista. De tal forma que o jogo termina com o placar apertado de 1 x 0 para o Santos, que vai para o Allianz Parque com a vantagem do empate para levantar seu 23º título deste campeonato. O Palmeiras defende o cinturão. Atual campeão paulista. Allianz… outro nome horrendo para um estádio, mas o tempo vai passando e a gente vai se acostumando com essas atrocidades.
Os Porco e o Peixe já se enfrentaram 352 vezes. Foram 151 vitórias do Palmeiras contra 108 dos santistas, junto com 92 empates. Quando o assunto são finais de campeonato, o confronto do Paulistão 2024 é apenas o quinto encontro deles, sendo assim definidos os jogos anteriores: 1959 – Paulistão – Palmeiras 2×1 Santos; 2015 – Paulistão – Santos 2(4) x 2(2) Palmeiras; 2015 – Copa do Brasil – Palmeiras 2(4)x2(3) Santos; 2021 – Libertadores – Palmeiras 1×0 Santos. Entre parênteses as finais decididas por penalidades máximas.
Não podemos deixar de mencionar o momento “futebol respira”. Um gato invade o gramado no final do segundo tempo para alegria e divertimento de todo mundo. Um gaiato comenta no rádio que em algum lugar vai faltar churrasco.
Público e renda da peleja deste domingo de Páscoa: 15.946 pagantes na Vila Belmiro (quase lotação máxima) e pouco mais de um milhão de reais em renda. Só para comparar, a renda do jogo entre Santos e Bragantino no estádio do Timão foi de R$ 3.042.965,00 em arrecadação bruta com a venda de ingressos para 44.804 pessoas. O que explica a vontade do Santos em jogar lá de novo e o que explica a recusa do Corinthians.