Em 2 de abril de 1982 tinha início na América do Sul a Guerra das Malvinas, um conflito militar entre a Argentina e o Reino Unido pela soberania de três arquipélagos situados no Atlântico Sul (ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul). O território fora tomado pelos ingleses em 1833 e como ato de soberania reivindicado pela Argentina, a quem pertence por direito.
A Argentina estava sob uma ditadura atroz, estabelecida em 1976, sendo dirigida por uma Junta Militar. Após 1980, o modelo econômico da ditadura entra em crise e o regime se enfraquece consideravelmente. A substituição do chefe da Junta, Jorge Rafael Videla, pelo general Roberto Viola e, posteriormente, pelo general Leopoldo Fortunato Galtieri é o indicativo desta crise econômica, social e política. A ditadura lança mão do nacionalismo para recuperar parte de seu apoio e a questão candente era justamente a parte roubada da Argentina pelo Reino Unido.
Em 1982 prepara-se um ataque contra a Ilhas Malvinas, única ilha povoada das três em disputa. No dia 2, tropas argentinas entram e tomam as Ilhas Malvinas com uma operação militar, sem atacar a população civil. O governo inglês de Margaret Thatcher debilitado demora a reagir. O Reino Unido, a partir de 9 de abril, começou a concentrar navios na região para retomar as Ilhas, até começar a primeira batalhas, o caso mais marcante foi o afundamento do General Belgrado, navio afundado pelos britânicos e que deixou 323 mortos entre os argentinos.
Batalhas navais de baixa e média intensidade preparam o ataque final, no dia 11 de junho, as forças britânicas iniciam o assalto final sobre Puerto Argentino e seus arredores. No dia 14, ante a iniciativa dos britânicos, o general Mario Benjamín Menéndez se rende nas ilhas Malvinas ao general Jeremy J. Moore com oito mil soldados, tornados prisioneiros.
Com a notícia, manifestações contra os britânicos são realizadas em Buenos Aires, sendo reprimidas pelo ditadura, eliminando assim qualquer base de apoio. A reivindicação da ditadura foi absolutamente correta, pois se tratava de defender a soberania do país ultrajada pelo imperialismo britânico, por isso, a esquerda nacional, como a então tendência petista Causa Operária, apoiou a decisão soberana do regime fascista de reaver, pela força, seu território colonizado pelos ingleses.
A ditadura, no entanto, não era efetivamente nacionalista, ao contrário, estava completamente apoiada no imperialismo e por isso nunca lutou para valer. Revelou-se no episódio que a ditadura nada mais era que capanhos dos governos norte-americano e europeus.