Brasil

A esquerda tiete da Polícia Federal

Todo o problema da segurança pública seria resolvido, segundo youtuber, se Lula defendesse que “bandido rico bom é bandido morto”

No vídeo Segurança pública: a nova prioridade da extrema-direita, publicado em seu próprio canal, o youtuber Jones Manoel, após afirmar que a segurança pública seria um tema bem explorado pela extrema direita, apresentou ao presidente Lula qual seria uma política progressista para a questão. Segundo ele, ainda que a típica campanha do “bandido bom é bandido morto” seja reacionária e mereça ser combatida, a esquerda não deveria fazer uma campanha – ao menos não “diretamente” – que se chocasse com o sistema penal.

“O pessoal do abolicionismo penal que me perdoe”, disse ele no vídeo. E por quê? Porque, para Jones Manoel, o problema central da discussão sobre a segurança pública não estaria em defender abertamente a liberdade da maioria dos presos, que se encontram em uma situação de total degradação humana. Para Jones Manoel, o problema central da segurança pública não estaria em desmantelar por completo a estrutura do aparato de repressão – isto é, o fim da polícia militar e o estabelecimento de polícias sob o controle da população.

A grande prioridade da esquerda seria, segundo Jones Manoel, defender um “populismo penal” que fosse progressista. Isto é, adaptar o chavão do “bandido bom é bandido morto” para uma linguagem esquerdista. E como seria essa maracutaia?

Jones Manoel responde. Todo o problema da segurança pública seria resolvido, segundo ele, se Lula defendesse que “bandido rico bom é bandido morto”. Isto é, que o governo mobilizasse seus recursos, seu pessoal e sua energia em prender supostos criminosos “do colarinho branco” e fazer uma ampla campanha em torno disso.

A ideia em si é grotesca, pois ela colocaria no centro das preocupações do Estado um problema que não pode ser combatido por meio da repressão. O crime é um fenômeno social, é expressão dos problemas e contradições da sociedade. Neste sentido, o que Jones Manoel propõe é acentuar as contradições. É encontrar a desculpa perfeita para que o Estado, em vez de direcionar o seu orçamento à saúde, à infraestrutura, à geração de emprego, à educação e a outras áreas da sociedade que ajudem a desenvolver o País como um todo, entreguem as chaves dos cofres públicos para a polícia e para o Judiciário.

Mas não para por aí. Quem seria o responsável por levar adiante essa caçada contra traficantes de droga e criminosos que moram em bairros de classe média alta? Ora, a Polícia Federal! O youtuber apresenta essa conclusão abertamente. Defende que essa, que é uma das tantas instituições herdeiras da ditadura militar, não apenas esteja no centro da “segurança pública”, como também que seja fortalecida. Que o governo se preocupe em aumentar o seu efetivo, em melhorar as suas condições de trabalho.

Jones Manoel, no entanto, apresenta uma ressalva. Aumentar o efetivo poderia causar um problema! Será que o youtuber vai dizer o óbvio – que assim Lula fortaleceria quem fez parte do golpe de 2016? Não. A preocupação de Jones é com o fato de que seria preciso se chocar com o teto de gastos! O que será que realmente é mais popular: mobilizar o povo contra o teto de gastos para construir mais hospitais e para gerar mais empregos ou para aumentar a quantidade de policiais federais espionando gente pelo País?

É tudo muito ridículo e só mostra que Jones Manoel é incapaz de compreender o aspecto central do funcionamento do aparato de repressão do Estado. Que a única forma de atender aos interesses da população é lutando contra ele, e não fortalecendo ele.

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