No último dia 20 de março ocorreu, no Palácio do Planalto, reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os representantes da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Naval Brasileira e as representações das instituições que compõem o Fórum em Defesa da Retomada da Construção Naval, instituições essas na qual a Federação Única dos Petroleiros (FUP) faz parte e teve como representante o seu coordenador geral, Deyvid Bacelar.
Na reunião, “Lula recebeu muito bem as demandas apresentadas e se comprometeu a promover e viabilizar essa revitalização, além de entender que esta é uma pauta presente no Plano de Governo, aprovado pela população nas urnas. O presidente Lula sinalizou que a Petrobras precisa cumprir a sua função social com o povo brasileiro e contribuir para gerar riqueza e empregos em nosso país”. (Site FUP 20/03/2024)
“Na reunião foi abordada a necessidade de revitalização da Indústria Naval brasileira, o que implica a criação de um novo marco regulatório que garanta a proteção dessa indústria, assim como também que a Petrobrás e outras empresas de petróleo façam suas encomendas no Brasil, demandando os estaleiros nacionais.
“Essa é uma luta que a categoria petroleira tem travado com convicção e firmeza. Na última sexta-feira (15), os petroleiros e petroleiras, junto a outras categorias de trabalhadores como os marítimos e os metalúrgicos, realizaram um ato frente ao Edifício Senado (Edisen) da Petrobrás, onde cobraram a recuperação do setor e se manifestaram contra os afretamentos ilimitados de navios estrangeiros que a Petrobras vem fazendo há anos.
“Não foi sempre essa a realidade do setor, que cresceu, em média, 19,5% ao ano entre 2003 e 2013. As políticas públicas desse período garantiram ao Brasil, através de seus estaleiros, a construção de 19 plataformas de produção offshore total ou parcialmente construídas no Brasil. O impacto dessas políticas promoveu um salto de 1.900 para 82.000 empregos diretos, mais de 180.000 indiretos, com mais de 16 bilhões pagos em salários, além de outros benefícios”. (Idem)
A política de desmonte da Petrobrás já vem se desenvolvendo desde o ano de 1995 com o famigerado governo de FHC (PSDB), que em nome da falsa estabilidade econômica, aprofundou os ataques às condições de vida da classe trabalhadora com diversas privatizações, e com a derrota da greve dos petroleiros naquele ano, se aproveitou da desmoralização do movimento abrindo caminho para a sua privatização.
Em 1997, o governo do PSDB modificou a forma jurídica da Petrobrás, transformando a empresa em Sociedade Anônima, vendendo suas ações na bolsa de Nova York, para que especuladores internacionais, que já influenciavam nas suas decisões, pudessem ter mais poder sobre a companhia. Hoje estamos vendo os efeitos dessa política com a grita dos parasitas capitalistas quando o governo Lula, acertadamente, reteve os dividendos extraordinários, avaliados em R$ 43,9 bilhões.
Sempre é bom relembrar que, uma das causas do golpe de Estado de 2016 orquestrado pelo imperialismo, principalmente o norte-americano, tinha, através da operação Lava-jato, como um dos seus principais pilares atacar os setores nacionalistas e entregar o patrimônio do povo para as empresas imperialistas.
O caso da Petrobrás é exemplar em relação ao que estava por trás daquela operação criminosa. Os dados oficiais revelaram que a operação acabou com mais de 600 mil empregos e afetou as principais empresas nacionais, em especial a indústria da construção civil e a indústria naval. Na Petrobras, além da venda de empresas subsidiárias, campos de petróleo e refinarias no exterior, a operação acabou acarretando a entrega de boa parte do Pré-sal, a BR Distribuidora, refinarias etc.
A iniciativa do governo Lula em reativar a indústria naval deve ser acompanhada por uma ampla campanha nacional para colocar esta imensa riqueza sob o controle da classe operária e das massas exploradas brasileiras. É preciso reorganizar a Petrobras no sentido das suas riquezas por ela produzida esteja a serviço de ajudar a solucionar os problemas sociais e históricos do País e não para enriquecer os abutres internacionais.