Depois de já ter destruído praticamente todas as instalações hospitalares na Faixa de Gaza, o exército de ocupação israelense invadiu na última segunda-feira o Complexo Médico de Al-Shifa, no norte de Gaza.
A invasão promoveu uma carnificina digna de Auschwitz matando mais de 200 pessoas, a maioria delas por meio de execução sumária promovida, segundo relatos, e levando as vítimas até o necrotério do hospital onde foram assassinadas.
Além da execução à queima roupa, muitos pacientes do hospital acabaram morrendo por meio da privação de medicamentos, comida, curativos, desidratação e até oxigênio.
Apesar do banho de sangue mais uma vez promovido contra os civis, segundo reportagem do jornal AL Mayadeen, os israelenses mais uma vez também falharam em atingir os objetivos promovidos e pelo qual procuram “justificar” aos olhos do mundo a sua barbárie. As forças de ocupação israelense afirmavam que invadiram o hospital para localizar “membros graduados do Hamas reagrupados no local”.
Nesse sentido, os soldados israelenses afirmaram que dentre os mortos de Al-Shifa estaria o chefe de segurança interna do Hamas em Gaza, Fayeq Al-Mabhouh o qual estaria “armado e escondido dentro do complexo”. Entretanto, ao contrário do que foi afirmado pelos sionistas, Faiq, que era Diretor Geral de Operações Centrais do Ministério do Interior, trabalhava abertamente no órgão que segundo o direito internacional trata-se de um ministério civil e não militar.
O ministério do Interior e a polícia possuíam um centro localizado dentro das instalações de Al-Shifa para gerir e proteger o hospital e isso está previsto em lei, muito longe portanto de tratar se de algum “esconderijo” como quiseram fazer crer os sionistas. Al-Mabhouh foi morto após se recusar a se entregar aos sionistas mas não sem antes matar um soldado da ocupação e ferir outros dois.
A polícia dentro de Al-Shifa, liderada pelo Brigadeiro-General Al-Mabhouh contribuía para garantir a chegada de ajuda humanitária em Gaza por meio de uma cooperação mútua entre os comitês do povo palestino e as agencias do Ministério do Interior. O desejo da ocupação israelense era de conseguir transmitir para o mundo uma imagem de descaso com a população por parte do governo do Hamas abrindo caminho para o apoio de uma intervenção norte-americana ou pela imposição de uma nova autoridade palestina em Gaza.
Além disso, mais uma vez não foram encontrados em Al-Shifa quaisquer resquícios de túneis ou soldados do Hamas apesar de terem adentrado e devastado todas as instalações do complexo hospitalar, restando claro que mais uma vez a única finalidade real da carnificina promovida pelos sionistas foi a morte de civis.
Segundo o especialista em assuntos de resistência palestina, Hani Al-Dali: “o ataque a “Al-Shifa” confirma que a ocupação “sofre de confusão dentro das fileiras do seu exército e de aleatoriedade nos seus movimentos de campo, além de procurar criar uma ilusão de vitória, mas falha nisso”, e ainda, “este comportamento indica a sua perda de esperança em alcançar qualquer vitória, apesar de a guerra ter entrado no seu sexto mês”.