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Imprensa burguesa

Uma campanha canalha para submeter o Brasil à OTAN

Veículo pró-imperialista procura atacar Lula e PT por saudarem a vitória eleitoral na Rússia, um verdadeiro entrave para o imperialismo

Diante da vitória colossal de Vladimir Putin nas eleições russas, a imprensa golpista brasileira entrou em pânico e saiu em desespero para defender os interesses dos seus patrões imperialistas. Um dos principais porta-vozes dos Estados Unidos no Brasil, o jornal Estadão, publicou editorial criticando as congratulações do PT a Putin, após o resultado das eleições na Rússia.

O editorial intitulado “A infalível Doutrina Lula”, publicado no último domingo (24), ataca da forma mais baixa possível o presidente e o seu partido, dizendo que o PT “cumpriu fielmente o roteiro que se esperava de um partido que hostiliza democracias e aplaude ditadores só porque estes se opõem aos valores ocidentais”.

A nota, assinada pelo secretário de Relações Internacionais do PT, Romênio Pereira, saúda a vitória chamando de um “feito histórico” e defende o fortalecimento dos laços entre Brasil e Rússia. Para a imprensa golpista, não há “limites para a Doutrina Lula, a sua política externa ancorada numa coalizão internacional antiestadunidense, o tal ‘Sul Global’”. Aqui, o Estadão já assume a sua verdadeira nacionalidade: um verdadeiro capacho dos Estados Unidos. Afinal, é fato que qualquer avanço de Putin configura um problema cada vez maior para o império norte-americano, que estende suas garras para países oprimidos no mundo todo, como é o caso do próprio Brasil. E nada mais justo do que defender o fortalecimento dos laços com os russos, bem como com os demais países que formam o bloco dos BRICS.

A sucursal norte-americana continua:

“Na tal ‘eleição’ que o PT festejou, talvez com uma ponta de inveja, o vencedor disputou sozinho (os “adversários” foram escolhidos pelo regime entre os mais leais a Putin). Muitos dos 77% de eleitores que compareceram às urnas o fizeram porque foram obrigados por patrões, chefes, forças armadas e vizinhos delatores.”

Na tentativa de esconder o medo dos russos, o órgão golpista procura descredibilizar as eleições e defende que a vitória só foi possível através de uma grande coerção. Parece curioso o jornaleco insinuar que houve uma fraude, visto que o Estadão foi um dos principais atores políticos do golpe de 2016, propagando as mentiras mais absurdas possíveis sobre o governo do PT. Cabe comentar, inclusive, que no Brasil esse método de coerção vigora na maior parte do território brasileiro e que isso favorece os bandidos apoiados por este jornal, como os figurões do PSDB, MDB e outros partidos da direita tradicional. Não fosse assim, como a população de São Paulo elegeria João Doria e Tarcisio de Freitas?

O Estadão é parte ativa da fraude eleitoral brasileira e não tem moral nenhuma para falar em fraude nas eleições russas.

Não precisamos caracterizar o governo Putin como se fosse mil maravilhas ou qualquer coisa próxima do socialismo. O fato indiscutível é que se trata de uma figura extremamente popular. Os números são muito expressivos: 87,23% dos votos, com mais de 77% de comparecimento às urnas, algo que não se vê, de forma alguma, no Brasil e nem nos EUA

E sobre os adversários, podemos fazer uma alusão às eleições brasileiras, onde a maioria dos partidos que concorrem fazem parte de um mesmo complô político, sendo os partidos mais conhecidos da burguesia e as legendas de aluguel. No fim, todos servem aos mesmos interesses. Além disso, as eleições aqui são um jogo de cartas marcadas, onde já se inicia a corrida eleitoral com um ou dois candidatos alçados a “disputar” de fato o pleito, já entrando como favoritos. E esses mesmos favoritos já são indicados anteriormente nas pesquisas eleitorais. O que acontece é que, eventualmente, a burguesia não consegue controlar integralmente as eleições e, por isso, o PT foi eleito em algumas vezes, fruto da imensa popularidade da figura de Lula. Uma popularidade que, obviamente, também não é contemplada nas urnas, tendo uma votação abaixo do seu real potencial.

“Por fim, mas não menos importante, não há imprensa livre na Rússia, as instituições são todas controladas pelo regime e os principais opositores que poderiam enfrentá-lo estão todos presos ou foram assassinados”, pontuou o jornal.

Aqui se trata de mais uma mentira absurda e um cinismo imensurável. Se tomarmos o Brasil como exemplo, é possível afirmar que há liberdade de imprensa aqui? A imprensa russa, bem como a imprensa de vários países oprimidos, como é o caso da Venezuela, a imprensa do Oriente Médio, da China e vários outros, que dificilmente chegam para públicos no exterior, são poucos conhecidos no Brasil, a não ser por um público muito específico. A maioria da população só tem acesso a essas redes de esgoto como o Estadão, a Folha e O Globo. Fora isso não há, de fato, um controle absoluto da imprensa, visto que vários órgãos imperialistas como a CNN, BBC e várias outras, atuam no país normalmente.

Seguindo com seu capachismo, o Estadão continua:

“O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que as eleições russas não foram nem livres nem justas, mesma conclusão do chanceler do Reino Unido, David Cameron. A Alemanha classificou-as de ‘pseudoeleições’”.

O trecho explicita quem está por trás da opinião do jornal. Na incapacidade de derrotar Putin politicamente, o grupo seleto dos países imperialistas se junta para tentar incriminar qualquer coisa vinda da Rússia que ameace os seus interesses.

Na sequência, o jornal diz que não poderia esperar outra postura do PT, que esse seria mais um capítulo de “apoio a ditaduras e de convivência com ditadores sanguinários”. Além disso, ataca novamente o PT por seu “silêncio” em relação à “agressão à Ucrânia”, desconsiderando completamente que o início das agressões vem por parte da OTAN e dos Estados Unidos, que vem ocupando militarmente as fronteiras da Rússia há anos.

Como era de se esperar, a matéria conclui atacando a Venezuela. Um dos países de grande interesse dos EUA, por ser uma das maiores fontes de petróleo do mundo e por ser um país que não se curva às sanções e ataques do imperialismo.

“Lula também disse acreditar nas garantias da ditadura venezuelana de que a eleição marcada para julho será limpa e livre – uma evidente impostura, diante do fato de que o ditador companheiro Nicolás Maduro controla totalmente o processo eleitoral, sufoca a imprensa, obriga eleitores a votar sob pena de perderem benefícios sociais e impede que opositores com chances de vitória concorram”, declarou o Estadão.

Maduro é outra figura de grande popularidade e isso se deve ao legado da revolução bolivariana no país. E como não é possível derrotá-lo eleitoralmente, por conta dessa popularidade, resta ao imperialismo sabotar as eleições, promover golpes, invasões e sanções criminosas no país, a fim de desestabilizar o governo.

Por fim, o Estadão coloca em linhas claras o que está em jogo, na luta contra o imperialismo:

“É difícil identificar o que o Brasil ganha se aproximando desse tipo de parceiro. Enquanto exercita seu conhecido terceiro-mundismo travestido de um multilateralismo de conveniência, Lula e o PT servem de peões úteis aos interesses russos e chineses contra os Estados Unidos e a Europa e fazem o Brasil passar vergonha.”

O terceiro-mundismo, colocado de forma debochada pela imprensa golpista, é a definição dos países oprimidos por uma dúzia de países que detém o controle econômico e político do mundo. Os Estados Unidos e a Europa tratam Rússia e China como inimigos – como mencionado no texto – porque esses países não se curvam aos seus interesses. O desenvolvimento econômico desses países é uma afronta ao domínio imperialista sobre suas colônias. Foi a Rússia que desestabilizou o imperialismo com a operação na Ucrânia, foi a Rússia que financiou o levante no Níger, que botou para fora os franceses do território do país africano.

A “Doutrina Lula”, ou seja, o alinhamento aos países que não fazem parte do time dos criminosos países imperialistas, é um verdadeiro perigo. Lula e o PT acertam quando acenam para os russos.

Chamar os países que não atendem aos interesses norte-americanos de ditaduras é um truque antigo e de puro cinismo. A ditadura imperialista, que impede o desenvolvimento de qualquer nação que não aceite tudo imposto por eles, é o que configura os inimigos dos trabalhadores no mundo inteiro. A doutrina da rapinagem, de colonizar os países pobres, no entanto, jamais será denunciada por essa imprensa que repete o que diz Joe Biden e o governo norte-americano.

 

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