Imprensa israelense noticiou “efeito bola de neve” da indústria militar sionista após o Canadá interromper exportações de armas. A preocupação foi noticiada pelo portal Israeli Globes, embora o Canadá tenha fornecido apenas 0,5% das importações de armas de Israel entre 2019 e 2023, o medo está no possível efeito domino e adesão de outros países ao embargo ao fornecimento militar.
Pressão popular
O Canadá é um parceiro comercial no ramo bélico antigo de “Israel”, mantendo estas relações sem qualquer pudor perante o genocídio do povo palestino. O governo do país norte-americano apoiou incondicionalmente a posição israelense, mesmo havendo consideráveis manifestações em defesa da Palestina nas principais cidades canadenses.
A suspensão de venda de armas para Israel realizada pelo primeiro-ministro, Justin Trudeau, segue uma resolução aprovada pelo parlamento neste sentido. O embargo tem maior peso político que bélico, demonstrando a enorme pressão política em apoio a Palestina exercida pela população canadense.
Após mais 160 dias de genocídio do intenso do povo palestino e ao menos 32 mil assassinados, essa pressão acaba sendo sentida em todos os países imperialistas. Parceiros militares mais relevantes como a Alemanha (U$ 35 milhões em 2022) e Reino Unido (U$ 53 milhões em 2022) já demonstram também esse desgaste.
O arrimo sionista, entretanto, está nos EUA. Apenas em 2022, a principal potência imperialista do mundo “ajudou” militarmente “Israel” com U$ 3,3 bilhões. O desgaste que a barbárie provocada por Telavive, porém, é tão grande que a Casa Branca externou considerar suspender o fornecimento militar caso Netaniahu mantenha o ataque a Rafá, região palestina localizada na fronteira com o Egito e último refúgio dos civis palestinos.
Capacho de fascista
A simpatia de Ottawa com o sionismo de Telavive, não é uma exceção, mas a regra em sua política. Não podemos esquecer o recente episódio da homenagem a Yaroslav Hunka, um nazista ucraniano.
Mesmo se ignoramos que a homenagem a um ucraniano no atual cenário político trata-se de uma propaganda pró-golpe na Ucrânia, em oposição a Rússia. O veterano da Segunda Guerra Mundial de 98 anos, foi apresentado como alguém “que lutou pela independência da Ucrânia contra os russos”.
A política de suspensão acaba sendo uma posição forçada do imperialismo, havendo um ajuste com a Casa Branca. Colocando-se como um recado do imperialismo ao seu funcionário rebelde de como dever procede em sua política.
Enrijecimento forçado
Não há dúvidas do ímpeto imperialista em manter o seu enclave no Oriente Médio e liquidar com toda a resistência palestina. Todavia, os partidos da luta armada do povo palestino coloca a manutenção do enclave em xeque.
Mesmo com toda virulência do sionismo, “Israel” é impotente para dissolver a resistência. Concomitantemente, a pressão popular nos outros países se eleva, inclusive com greves e paralisações em apoio aos palestinos e contra o genocídio.
Ainda, a proximidade das eleições nos EUA e o aprofundamento dos reflexos da crise no seio da principal potência imperialista, complicam a posição do imperialismo. É visível que por seus articuladores políticos, a barbárie não é o problema, mas o custo político dela sim.
America Latina
Durante todo o processo de invasão do território árabe, os países da America Latina mantiveram relações diplomáticas com “Israel”. Entretanto, com a mudança na situação política, pressão da classe trabalhadora contra o genocídio, alguns desses alteraram sua política.
A pressão popular na America do Sul levou a Bolívia, Colômbia e Chile ao rompimento das relações diplomáticas com o país artificial. O mesmo fenômeno ocasionou um deslocamento à esquerda do presidente Lula, declarado “persona non grata” por “Israel”.
O presidente brasileiro ratificou recentemente, em evento comemorativo dos 44 anos do PT, que “as pessoas que defendem paz no mundo não têm muita coragem de defender mulheres e crianças na Faixa de Gaza, que estão sendo assassinadas todos os dias, porque aquilo não é uma guerra, aquilo é um genocídio”, afirmou Lula.
“Nós temos que ter coragem de dizer essas coisas, se não, não vale a pena a nossa passagem pelo planeta Terra e nem vale a pena a gente fazer política”, complementou o líder petista. Ele ainda inquiriu: “Cadê a ONU, que deveria existir para evitar que essas coisas acontecessem?”.
O governo do México, mesmo com seu presidente negando-se a comenta as falas de Lula, com o governo do Chile, solicitou investigações dos crimes de Israel.
“Não quero participar desse debate, só quero dizer que respeitamos muito o presidente Lula, que é um grande líder, mas não queremos entrar em polêmicas, já basta as que temos”. Afirmou o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador.



