Mais um episódio lamentável do mau serviço prestado pela concessionária de energia elétrica Enel marcou o cotidiano dos paulistanos na última segunda-feira (18). Um apagão chegou a atingir 35 mil pessoas no Centro de São Paulo, segundo o Ministério de Minas e Energia.
A falta de energia começou por volta das 10 horas de segunda-feira e atingiu os bairros de Bela Vista, Santa Cecilia, Liberdade, Higienópolis, Vila Buarque e Consolação. O Hospital Santa Isabel e a Santa Casa foram afetados e tiveram de utilizar geradores, mas o corte no fornecimento de energia foi responsável por causar adiamento nos atendimentos ambulatoriais e os exames precisaram ser remarcados.
Novamente a concessionária se esquivou da responsabilidade e atribuiu o problema a uma escavação feita pela Sabesp, que teria atingido acidentalmente cabos da rede subterrânea da distribuidora. A estatal desmentiu a Enel e informou que a manutenção e ligação de ramais de esgoto não danificaram a rede elétrica.
Na tarde desta quarta-feira (20), apesar da Enel afirmar que já havia reestabelecido o serviço, moradores e comerciantes afirmaram que continuavam se energia.
O Procon-SP notificou a empresa terceirizada para enviar informações detalhadas sobre as interrupções do fornecimento de energia da capital que, segundo consta, acontece desde a última sexta-feira (15), quando o Aeroporto de Congonhas interrompeu suas operações. Já no sábado (16), a falta de energia foi relatada na Rua 25 de março durante a manhã, conforme informações da Agência Brasil.
Esta não é a primeira vez que a empresa terceirizada dá esse tipo de golpe nos paulistanos. Em 3 de novembro de 2023 ocorreu o apagão mais grave da capital, que deixou 2,1 milhão de clientes sem energia elétrica. Houve relatos de residências e estabelecimentos comerciais que ficaram sem luz por dias. Em razão dos péssimos serviços a empresa foi multada em mais de R$ 165 milhões, totalizando um valor irrisório de R$ 78,57 por cidadão que ficou sem o serviço.
Os episódios mostram que a terceirização de empresas estatais é prejudicial à população que, mesmo diante dos pagamentos feitos religiosamente, fica a mercê dos baixos investimentos de empresários interessados apenas nos lucros.