São Paulo

Armas que matam palestinos matam brasileiros na Baixada Santista

Treinada e armada pelos israelenses, a PM paulista realiza extermínio na Baixada Santista

Não é à toa que, apesar da diferença de intensidade, o modus operandi da Polícia Militar brasileira é semelhante ao do exército “israelense” na Palestina ocupada. Ambos praticam uma política de extermínio do povo pobre. Os sionistas transformaram a Palestina numa espécie da campo de testes de técnicas de repressão e exportam o seu “saber” para aparelhos repressivos mundo afora. Além, é claro, dos armamentos israelenses que estão no rol de ferramentas, por exemplo, da Polícia Militar do Estado de São Paulo. A mesma polícia que matou nada menos do que 47 pessoas na Baixada Santista sob o codinome de “Operação Verão”, 45 delas nos últimos quarenta dias.

Tendo isso em mente, é preciso ter clareza do que significa o apoio irrestrito dado pela burguesia brasileira ao morticínio perpetrado na faixa de Gaza: se fosse possível, fariam o mesmo aqui. Se as favelas já são um inferno, onde as polícias militares dos estados agem com impunidade para quebrar a lei e assassinar o povo pobre a torto e a direito, uma campanha de extermínio mais intensa não é carta fora do baralho. A justificativa sempre está na ponta da língua. A Secretaria de Segurança Pública do governador Tarcísio de Freitas, por exemplo, disse ao portal G1:

“Os casos de mortes em decorrência de intervenção policial (MDIP) são consequência direta da reação violenta de criminosos à ação da polícia no combate ao crime organizado.”

Uma operação da polícia que matou mais de uma pessoa por dia por mais de um mês não é resultado de muitas “reações violentas”. Trata-se de uma chacina. Além disso, de maneira semelhante à Operação Escudo, que matou vinte e oito pessoas no Guarujá no ano passado, ela tem razão de ser devido ao assassinato de um PM. Seria, então, uma “reação”. Tal qual a “reação” do sionismo ao levante dos palestinos no dia 7 de outubro, após mais de cem anos de repressão.

Em vez de investigar o ocorrido e seguir o devido processo legal de um regime minimamente democrático, a polícia do bolsossionista Tarcísio partiu para uma campanha de extermínio que castiga a população da Baixada. A própria Ouvidoria de Polícias de São Paulo considera o caso equiparável a uma “tragédia humanitária”: relatos de parentes das vítimas demonstram excessos nas ações policiais. Serão investigados, certamente, e os perpetradores absolvidos instantaneamente.

Como de praxe, sempre há alguém para justificar o injustificável. “Eu entendo que, desde que a polícia siga procedimentos bastante claros e técnicos de atuação, o número de mortes é aumentado”, disse o advogado criminalista Rafael Paiva. Ou seja, nada fora do normal. Um mês em que a polícia mata uma pessoa por dia é um típico mês no estado de São Paulo.

Ele continua:

“Obviamente que ninguém aplaude e comemora a morte, porém, o que se espera é que haja mais ação estatal direta, objetiva e ríspida para que, de fato, esse crime organizado que assolou a Baixada Santista seja expurgado ou diminuído pelo menos, para que a paz possa voltar a reinar.”

Que paz seria essa, no entanto? Aquela em que o mero olhar para um PM é motivo para temer por sua vida? A colocação deixa clara que é possível duvidar se o advogado não comemora de fato as mortes. Sob a justificativa do combate ao crime organizado, da mesma forma que sob a justificativa do combate ao terrorismo, vale tudo.

Outro colocação esclarecedora é a de Cláudio Tucci Júnior, ex-chefe de gabinete da Secretaria de Justiça do Estado de São Paulo, um homem do muito democrático PSDB. Segundo o G1, Tucci crê ser “necessário enaltecer a atuação das forças de segurança pública, contanto que se investigue possíveis excessos nas ações para garantir a transparência e o respeito aos direitos humanos.” Fascistas aqui ou na Palestina pensam exatamente da mesma forma, e são, do ponto de vista concreto, associados. Donde a importância de lutar pela defesa da resistência armada palestina e pelo fim dessa polícia assassina que existe no Brasil.

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