O Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado) lançou, no último dia 14, Nota Pública em que repudia as declarações do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT) que, em entrevista à rádio Metrópole, na Bahia, afirmou que o funcionalismo público tem “tendência à inércia” e que precisa de uma “fungada no cangote”.
O Fórum que afirma representar mais de 200 mil servidores públicos que desempenham atribuições imprescindíveis ao Estado brasileiro, ligadas às áreas de segurança pública, fiscalização e regulação do mercado, advocacia pública, fiscalização agrária, ministério público, diplomacia, arrecadação e tributação, proteção ao trabalhador e à saúde pública, inteligência de Estado, formulação e implementação de políticas públicas, comércio exterior, prevenção e combate à corrupção, fiscalização agropecuária, segurança jurídica e desenvolvimento econômico-social, afirma que as declarações do ministro são exemplos “típicos de assédio institucional” e ainda denuncia que a declaração do ministro “repete ataques sistemáticos” contra funcionários públicos feitos no governo de Jair Bolsonaro.
Como Paulo Guedes
O ex-governador da Bahia, repete os ataques de todos os governos da direita contra o funcionalismo público, inclusive do governo do capitão fascista Jair Bolsonaro, quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, chamou os servidores de “parasitas”.
As declarações do ministro ocorrem em que há, por um lado, uma enorme pressão (à qual o governo vem cedendo) para que o governo ceda às pressões dos banqueiros e outros tubarões capitalistas que parasitam o Estado e mantenha a política de expropriação e roubo do funcionalismo e contenção dos gastos públicos em setores essenciais para manter os lucros dos que parasitam o Estado, abocanhando a maior parte dos recursos dos impostos pagos pelos trabalhadores.
Por uma ampla mobilização
Essa política materializada na proposta de “deficit zero” e outras medidas de “contenção de gastos” em favor dos abutres e defendida ferreamente por toda a direita e por setores conservadores infiltrados dentro do próprio governo, como é o caso dos ministros Rui Costa e do Planejamento, Simon Tebet (MDB), entre outros; além das danosas consequência na vida do funcionalismo e dos servir públicos já profundamente atacados pelos governos de Temer e Bolsonaro, nos anos que se seguiram ao golpe, serve também à política da direita de minar o apoio do presidente Lula e da esquerdas entre os milhões de servidores.
Ocorre também quando milhões de servidores reivindicam reajuste salarial e reposição das perdas, como o caso dos servidores das universidades que decretaram greve e até setores da esquerda golpista, como o PSTU e alas do PSOL, que agem buscando dirigir o movimento para atacar o governo ao invés de pressioná-lo contra a direita, no sentido do atendimento de suas reivindicações como parte da luta contra a ofensiva de toda a direita contra o funcionalismo e os serviços públicos.
Contra essa política, é preciso denunciar amplamente o posicionamento do ministro, as entidades do funcionalismo, devem convocar uma ampla mobilização para unificar amplas parcelas do funcionalismo, nas defesas de suas necessidades, contra o roubo dos salários e das aposentadorias em defesa de reivindicações centrais tais como a reposição integradas perdas salariais.