Há quem ainda ache que o Brasil é um país independente e não sofre intervenção direta ou indireta de potências estrangeiras, mas é apenas uma ilusão que reflete a falta de conhecimento da história.
Mesmo antes de independência do Brasil como colônia e depois como Reino Unido de Portugal sofreu interferência em seus assuntos internos, alguns vindos de acordos bilaterais dos governos da época, outras por imposição pura e simples.
É o caso da operação Brother Sam, organizada pelo governo norte-americano para auxiliar os seus agentes nas forças armadas brasileiras.
As relações entre o governo João Goulart, de cunho popular e progressista e o governo imperialista norte-americano, representado a época por John Kennedy vinha se deteriorando desde que o plano para aliança e progresso proposto pelos americanos foi sendo deixado de lado pelo governo brasileiro, até porque a aliança era extremamente prejudicial aos interesses brasileiros.
Foi então que os americanos tiveram a ideia de derrubar o governo João Goulart, para isso procuraram os seus capachos no País para urdir o plano.
O caminho foi fácil, pois desde a Segunda Guerra Mundial as forças armadas brasileiras já estavam contaminadas pela proximidade com os EUA.
A partir de 1961 contataram vários civis e militares brasileiros para organizar o golpe, impressa, políticos e militares começaram então a primeira fase do golpe que foi o desgaste político do governo João Goulart, o que foi fácil, já que o governo não tinha muito punho de ferro e já estava infiltrado por setores divergentes.
Mas no decorrer do tempo foi pensado na necessidade de apoio militar caso algo desse errado durante o golpe militar, que estava para ser realizado na primeira quinzena de abril.
Foi então organizada a operação Brother Sam, que a princípio, tinha como objetivo dar suporte logístico e moral aos golpistas.
Lindon Jhonson, embaixador no Brasil, passou a situação política ao governo americano e da necessidade eventual de uma operação de apoio ao golpe, onde salientou que caso o golpe encontrasse resistência seria necessário o desembarque de tropas para garantir o sucesso da operação.
Magalhães Pinto, governador de Minas, e Adhemar de Barros, governador de São Paulo eram os líderes do golpe no país, e Castelo Branco o General que comandaria as forças armadas para derrotar João Goulart.
No entanto, o golpe foi deflagrado pelo General Olimpio Mourão filho, na madrugada do dia 01de abril de 1964, de certa forma pegando de surpresa os golpistas, que tinha como data a primeira quinzena de abril.
Nesse mesmo dia a Frota americana composta por um porta-aviões, destróiers e outros tipos de embarcações de ataque se dirigiram para a costa brasileira, especificamente em Santos, onde ficariam a postos para qualquer eventualidade.
Mas dada a pouca resistência oferecida por João Goulart e a falta de organização dos setores que o apoiavam, nem foi necessária a intervenção direta frota americana, sendo dispensada pelo golpista General Castelo Branco ao final do dia 1º de abril.