O clube Sport de Recife sofreu uma dura punição por parte do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) devido a uma confusão, envolvendo sua torcida e o elenco de jogadores do Fortaleza, episódio que serviu para o tribunal judiciário interferir no futebol.
De fato, foi grave o que ocorreu por parte de alguns torcedores do Sport em relação ao ônibus do clube cearense. Contudo, não justifica uma punição com 8 jogos de portões fechados para a agremiação, pois o conflito sequer ocorreu no interior de um estádio.
Ainda, algumas alegações feitas por pessoas ligadas ao Sport não fazem sentido. Por exemplo, o ex-presidente do clube, Homero Lacerda, defende a tese de que o Leão foi punido pelo CEP, por ser um clube nordestino. Isso não é fato, afinal outros clubes sofreram punição igual. Devemos lembrar de casos como Coritiba, Santos e Vasco, que jogaram vários jogos com portões fechados por determinação do tribunal.
O que pode ser alegado pelo Sport é que ele não faz parte de grandes esquemas envolvendo o futebol, por ser um clube de menor expressão. Isso favorece a punição a esse tipo de time, que tem menos poder de interferência nos bastidores do futebol.
A grande questão envolvendo tanto o caso do Sport Recife quanto o de outros clubes é como o judiciário segue interferindo cada vez mais no futebol, pesando a balança para o lado que mais lhe convém. É irracional um clube de futebol não poder contar com o apoio de sua torcida, ainda mais devido a eventos que nenhuma relação tem com a torcida, o clube ou o estádio, sendo esta, uma punição coletiva, dirigida ao clube e aos torcedores. Não é somente um ataque ao Sport ou ao futebol nordestino, mas um ataque a todo o futebol brasileiro, principalmente na parte mais popular, que são as arquibancadas.





