No dia 13 de março, Benjamin Netaniahu, o primeiro-ministro de “Israel”, prometeu realizar a ofensiva terrestre em Rafá, para “destruir os batalhões restantes do Hamas”, pois a “própria sobrevivência [de ‘Israel’] estaria “em risco”.
Sexta-feira, 15 de março de 2024, o jornal sionista The Times of Israel noticia que o governo Netaniahu aprovou o plano de invadir a Rafá.
A cidade, que está localizada no sul da Faixa de Gaza, fazendo fronteira com o Egito, abriga atualmente uma população de mais de 1,5 milhão de palestinos (quase toda a população de Gaza), que se refugiou na fronteira para sobreviver aos bombardeios e incursões terrestres no restante do enclave.
Agora, em uma intensificação do genocídio, Netaniahu anuncia que o plano de invasão foi aprovado.
Segundo o The Times of Israel, a justificativa para a invasão terrestre permanece a mesma: a cidade seria “o último grande reduto do Hamas na Faixa depois que as FDI operaram no norte e no centro do enclave palestino”.
Trata-se de uma falsificação da realidade, afinal, as forças israelenses de ocupação não conseguiram impor nenhuma derrota militar significativa ao Hamas e à resistência palestina. Isto em mais de cinco meses de genocídio.
As Brigadas al-Qassam (braço armado do Hamas) e demais grupos da resistência armada promovem baixas diárias contra as tropas sionistas, seja aniquilando ou ferindo seus soldados, seja destruindo equipamentos e veículos militares. Conforme já noticiado por este Diário em fevereiro, o número de feridos de ‘Israel’ em Gaza ultrapassava 13 mil, informação dada por órgão de imprensa sionista, o Yedioth Ahronoth (Ynet).
Graças à ação revolucionária do Hesbolá ao norte de “Israel”, mais de 100 mil colonos fascistas foram obrigados a se deslocar, gerando uma profunda crise interna entre esse setor da população e o governo, impulsionando ainda mais a extrema-direita israelense.
Por outro lado, as vitórias da resistência tornaram o Hamas o principal representante do povo palestino, sendo o partido mais popular, tanto em Gaza, quanto na Cisjordânia.
O fato de o Hamas e os palestinos estarem derrotando “Israel” fica evidente nas tratativas da mais recente tentativa de cessar-fogo. O Movimento de Resistência Islâmica declarou que não aceitará um acordo que não inclua um fim permanente das agressões sionistas, o fim da ocupação e a libertação de milhares de prisioneiros palestinos. Uma demonstração de superioridade inequívoca, colocando “Israel” contra a parede.
Ao aprovar o plano de invadir Rafá, Netaniahu adota, novamente, uma medida de desespero, uma política de tudo ou nada para evitar o fim do Estado de “Israel”, conforme já analisado neste Diário. Mostra que ele está completamente encurralado diante do avanço da Revolução Palestina de um lado e da pressão da extrema-direita israelense de outro.
Netaniahu tenta agora intensificar o genocídio para aprofundar a crise. O que pode iniciar um conflito de larguíssima escala, forçando outros países árabes a agirem militarmente contra “Israel”; consequentemente, os países imperialistas, em especial os Estados Unidos, seriam forçados a intervirem, em defesa do Estado Sionista.
Ao aprovar o plano de invadir Rafá, Netaniahu demonstra que seu plano é agravar a crise para forçar uma participação militar direta dos EUA. Contudo, o governo norte-americano não se mostra disposto a tanto. Na última quinta-feira (14), Chuck Schumer, líder do Partido Democrata no Senado dos EUA e considerado um dos principais sionistas do país, defendeu a remoção do primeiro-ministro israelense do cargo, por meio de novas eleições, que seriam convocadas pelo presidente de “Israel”, Isaque Herzog.
Nessa sexta-feira, após o anúncio de que o plano da invasão fora aprovado, Joe Biden teceu elogios a Schumer e críticas a Netaniahu.
Apesar disto, deve-se ressaltar que a extrema-direita israelense está cada vez mais forte. Em que pese Netaniahu seja fascista, são setores ainda mais fascistas do sionismo. Estando presentes em seu governo e, principalmente, nas forças armadas israelenses, vêm impulsionando a intensificação do genocídio, de forma que tendem, igualmente, a impulsionar Netaniahu a prosseguir na invasão de Rafá.




