Viacheslav Volodin, presidente da Câmara Baixa do Parlamento russo, afirmou no início desta semana que “em 2016, a ONU descreveu a detenção de Assange como arbitrária. A sua extradição seria uma violação grave da Convenção Europeia dos Direitos Humanos, incluindo a liberdade de expressão. Se a extradição de Assange ocorrer, as nações que a apoiam perderão a legalidade”.
Supondo que os vazamentos do WikiLeaks fossem sobre a Rússia ou a China e não sobre os Estados Unidos, na opinião do líder parlamentar, Assange seria visto como um “campeão da verdade e da liberdade”.
“A situação em torno desta pessoa é um exemplo de vileza, mentiras e padrões duplos de Washington, Londres e Bruxelas”, afirmou Volodin na sua conta do telegrama.
Volodin foi enfático na denúncia ao afirmar que “durante mais de 12 anos, Assange esteve em condições de privação de liberdade e de tortura: primeiro no edifício da Embaixada do Equador na Grã-Bretanha e depois, nas masmorras de uma prisão de segurança máxima.”
Em 2006, Assange fundou o WikiLeaks. O projeto afirma ter publicado mais de dez milhões de documentos, incluindo muitos relatórios oficiais confidenciais relacionados a guerras, espionagem e corrupção.
Em 2010, o WikiLeaks divulgou um vídeo de um helicóptero militar dos EUA que mostrava 18 civis sendo mortos na capital do Iraque, Bagdá. Um dos crimes de guerra mais emblemáticos cometidos pelo exército norte-americano.
Desde 2019, o fundador do WikiLeaks está detido na prisão de Belmarsh, Londres, a pedido de Washington, após sete anos asilado na embaixada do Equador no Reino Unido.
Atualmente, Assange aguarda a decisão do tribunal sobre o recurso contra a sua extradição para os Estados Unidos da América. Com as 18 acusações criminais, o fundador do WikiLeaks pode pegar 175 anos de prisão e, como uma de suas últimas possibilidades para evitar a extradição, poderia recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.





