O Programa Na Zona do Agrião, atração da COTV que tem como tema o futebol, foi ao ar no último dia 11, segunda-feira, trazendo um tema muito importante: a crise da burguesia que comanda nosso futebol.
Na semana passada o programa abordou a escandalosa atuação da arbitragem na partida entre São Paulo e Palmeiras pelo Paulistão. Esse escândalo trouxe a público uma série de declarações do empresário John Textor, o capitalista dono do Botafogo Futebol de Regatas no Brasil e de outros times de menor importância pelo mundo.
Textor afirmou ter provas de uma série de jogos onde a arbitragem foi comprada por alguma parte envolvida, para a manipulação de resultados. A CBF rapidamente veio atacar as declarações e o próprio Palmeiras emitiu nota de repúdio ao fato, mesmo sem ter sido citado diretamente.
“É óbvio, o Textor fez essas acusações por interesse, a gente não pode tratar ele como um guerreiro da ética… ele está defendendo o interesse dele, ele é dono do Botafogo e percebeu que o Botafogo muitas vezes é prejudicado e ele está tentando fazer alguma coisa contra isso, só que aí, toda a imprensa e as entidades do futebol se colocaram contra ele”, comentou o apresentador Juca sobre a situação.
A intenção do empresário não é confrontar a imprensa burguesa e a CBF em nome da defesa do futebol brasileiro sob controle popular. Textor é também um capitalista, porém com interesses que entram em conflito com a de uma maioria da burguesia que comanda o futebol no país, como aqueles por trás da própria CBF e da imprensa capitalista nacional.
Porém, a importância do seu posicionamento, se deu pela crise que gerou, mostrando que de fato há o problema em relação à arbitragem, o que há muito tempo é percebido pelos torcedores, mesmo que esses nunca tenham condições de provar esse fato.
“É óbvio que é uma luta entre dois setores da burguesia, na minha opinião enquanto Zona do Agrião, é uma coisa que até pode ser positiva para o futebol, essa briga entre os dois setores, porque você escancara uma coisa que é ruim, se ele conseguir provar. Isso aí abre a possibilidade para gente colocar de uma forma concreta e prática o programa do dia a dia, levar às ruas com panfletos do Zona do Agrião: a política do controle do futebol pelos torcedores” explica Juca sobre a importância da crise da arbitragem levantada pelo John Textor.
A situação abre o espaço para os torcedores cobrarem os clubes e instituições, em um momento em que as próprias torcidas organizadas seguem perseguidas e correm risco de serem banidas das partidas nacionais.
Um programa político marxista deve atuar em um dos maiores setores econômicos da atualidade, e é objeto de paixão da maioria da população mundial. O futebol é sem dúvida o esporte que mais mobiliza a classe trabalhadora. É preciso defender o controle dos torcedores em relação aos seus clubes e suas seleções.
Para conferir na íntegra o programa Na Zona do Agrião, acesse: