Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), conduziu no sábado (9) sua tradicional Análise Política da Semana, realizada ao vivo em São Paulo e transmitida pelo canal da Causa Operária TV no YouTube. Como de praxe, o dirigente do partido trotskista começou tratando sobre a censura no Brasil, o que já se tornou um quadro fixo em seu programa por conta do recrudescimento dos ataques contra a liberdade de expressão no país.
No entanto, nesse programa em particular, um fato recente deu um novo caráter ao problema. No dia 8 de março, por ocasião do Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, ocorreu uma manifestação em São Paulo onde as mulheres do PCO foram impedidas, por outras organizações de esquerda, de falarem no carro de som. A alegação é a de que teria havido uma reunião de organização em que o PCO não participou. Porém, o Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo, ligado ao partido, disse ter procurado e não encontrou como participar dessas reuniões, nem foi convidado. Por conta desse fato, o partido protestou com a palavra de ordem “sem censura”, o que fez com que pessoas ligadas à suposta organização do ato tentassem expulsar as manifestantes do PCO do local. Nas palavras de Rui Pimenta: “como não conseguiram, aconteceu o mais extraordinário de tudo: uma das organizadoras do tal ato, chamou do microfone do caminhão que a polícia viesse ali para retirar as mulheres do PCO do ato”.
O presidente do partido seguiu relatando o que aconteceu, onde uma companheira de partido foi parar no hospital por conta da agressão policial, um militante foi detido e uma faixa do partido foi confiscada pela polícia. “Aí nós soubemos que integrantes da chamada esquerda haviam pedido para a polícia confiscar a faixa do PCO”, disse Rui. Ele mencionou que nas redes sociais havia integrantes do PCdoB, UP, PSTU e grupos do PSOL comemorando a repressão policial.
Pimenta falou que seu partido vai entrar em contato com essas organizações e pedir para serem tomadas as medidas cabíveis contra esses integrantes por seus atos anti-democráticos e o gravíssimo chamado à polícia para resolver problemas internos ao movimento popular.
Em seguida, foram tiradas importantes conclusões. Parte da esquerda, que apoia a censura supostamente contra a direita, também é favorável à censura da esquerda. “Eles têm horror ao debate público”. Pimenta deduziu que isso se deve ao fato de que são pessoas que sacrificam todos os seus ideais de esquerda para ganhar eleição, inclusive se aliando com a direita, de forma que o debate público atrapalha esse objetivo, pois esclarece as artimanhas feitas por um cargo público.
A segunda conclusão foi relacionada à defesa que o partido faz da luta palestina. O dirigente mostrou que os métodos usados por esses grupos para caluniar o partido são os mesmos que os sionistas usam e têm os mesmos objetivos. A relação entre as duas coisas é ainda mais profunda, pois como já foi denunciado neste Diário, muitos desses grupos recebem financiamento diretamente do imperialismo, assim como o sionismo. “Daí o fato de que não há termo de compromisso entre o PCO, partido anti-imperialista, e os partidos “onguistas”, financiados pelo imperialismo”, conclui Pimenta. Para dar um exemplo, ele denunciou o site Ponte Jornalismo, que esteve num ataque cerrado contra o PCO desde o dia 8. Uma rápida consulta ao portal revela que seus principais financiadores são a Fundação Open Society, do bilionário sionista George Soros, o Google e a Meta, dona do Facebook.
Rui Pimenta anunciou que seu partido vai dar ampla divulgação ao que aconteceu e expôs o absurdo que é aplaudir a polícia que nesse momento está realizando uma das maiores chacinas da história do estado de São Paulo na baixada santista. Ele reforçou que “quem aplaude a polícia é inimigo do trabalhador e é inimigo do PCO”.
Após fechar esse ponto sobre a censura e a infiltração do imperialismo dentro do movimento popular, Pimenta deu seguimento à avaliação dos últimos acontecimentos da política nacional e internacional. Ele analisou como a suposta luta contra o bolsonarismo através do judiciário não está dando nenhum resultado positivo, colocando o grande ato realizado por Bolsonaro no último mês como evidência. O dirigente do PCO demonstrou quais são os métodos eficientes para lutar contra a direita via exemplos da história recente e em geral. “A frente ampla é uma camisa de força pro governo”, disse Rui ao esclarecer sobre os motivos que levam o PT a manter essa política ineficiente.
Aprofundando sobre o que fazer para enfrentar a direita e defender os interesses da população, Pimenta fez um exame das pautas e métodos que devem ser usados para fortalecer o movimento popular, como aumento de salário, estatização do petróleo, reivindicações estas que devem ser somadas à luta dos palestinos aqui no Brasil, por ser uma luta de todos os oprimidos do mundo.
Ainda no programa dessa semana, Pimenta fez uma importante avaliação teórica sobre o que é o terrorismo, tema muito utilizado atualmente para defender os interesses do imperialismo. Essa avaliação englobou aspectos da história do movimento operário e da situação política atual envolvendo o conflito dos palestinos contra a ocupação “israelense”.
Para finalizar, o dirigente trotskista chamou todos os militantes da esquerda a se somarem, no Brasil, à mobilização internacional convocada pela resistência palestina por ocasião do Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos em que os palestinos estão organizando uma grande mobilização. Sobre esse período, Pimenta declarou: “o PCO vai estar todos os dias na rua defendendo a Palestina, defendendo o povo palestino, as crianças, as mulheres e a resistência armada palestina, em primeiro lugar o Hamas”.
Veja na íntegra: