De acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde, desde o começo de 2024 até 6 de março, o Brasil acumulou 1.289.897 casos prováveis de dengue, com 329 mortes já confirmadas. Com isso, o País atingiu uma média de 19.544 infecções por dia.
Para se ter uma noção da magnitude destes dados, no mesmo período de 2023, o Brasil registrou 261.434 casos, uma média de apenas quatro por dia. Durante o ano passado inteiro, a quantidade de casos chegou a 1.658.816, número que está quase sendo ultrapassado pelo que foi registrado em 2024.
O estado com o maior número de casos desde o dia 1º de janeiro é Minas Gerais, com 428.616. Em seguida, temos São Paulo (230.773), Paraná (125.318), Distrito Federal (120.452) e Rio de Janeiro (98.494).
Cabe ressaltar que estes dados dizem respeito aos casos prováveis, ou seja, todos que foram notificados, com exceção dos descartados. A grande quantidade de casos prováveis, bem como de óbitos de pessoas que podem ou não ter sido consequência da dengue, indica um monitoramento inferior da epidemia no País.
Julio Croda, infectologista e pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, afirmou à Folha de S. Paulo que a quantidade mortes “em aberto” dificulta a compreensão de até onde a doença se espalhou e qual é a gravidade da epidemia em questão.
“Eu não me preocupo muito com o fechamento dos casos notificados, desde que a gente consiga observar a tendência, mas em relação aos óbitos é muito importante que esteja fechado em tempo oportuno. Claramente isso não está acontecendo nos painéis”, diz Croda.