A Suécia tornou-se o 32º país a integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). O anúncio foi feito na última quinta-feira, quando o primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, formalizou a entrega de documentos no Departamento de Estado dos Estados Unidos. O Secretário Antony Blinken esteve presente e representou o país que manda na OTAN desde o início.
A justificativa para a adesão tanto da Suécia, quanto da Finlândia, foi o medo provocado pela operação especial russa na Ucrânia. Como se nem suecos, nem finlandeses soubessem o que se passava na Ucrânia desde 2014. Enquanto a Finlândia tem uma extensa fronteira de 1300 quilômetros com a Rússia, a Suécia tem uma ampla costa no Mar Báltico, ao qual a Rússia também tem acesso. Simplesmente por se recusar a entregar o país ao imperialismo, o governo russo é caracterizado como um perigo para a Europa e para o mundo. A tendência é que, assim como a Finlândia, a Suécia passe a intensificar seus gastos militares para ficar à disposição de Washington diante de um eventual enfrentamento com a Rússia.
A adesão sueca foi atrasada pela Turquia e pela Hungria. O último veto à adesão sueca foi retirado pela Hungria após negociação entre o premiê Viktor Orbán e o primeiro-ministro sueco. Pouco depois, o parlamento húngaro aprovou por unanimidade a ampliação da aliança de servos dos Estados Unidos.
A notícia foi celebrada pela imprensa imperialista como um sinal de força da OTAN, que amplia seu cerco à Rússia. O que isso mostra, na verdade, é que o nível de agressividade do imperialismo escala na mesma velocidade em que acumula derrotas mundo afora. Desde a derrota no Afeganistão, os Estados Unidos e seus vassalos não conseguem uma vitória militar significativa. Mesmo que consigam acabar com a vida de milhares de civis, principalmente através de bombardeios indiscriminados, militarmente, seguem sendo derrotados.
A derrota na Ucrânia parece ter pego o Tio Sam de surpresa, especialmente pela importância da posição ucraniana. Assim como a tentativa de estrangular economicamente a Rússia, sua guerra por procuração através dos nazistas ucranianos vem falhando miseravelmente. Durante essa aventura militar, em várias oportunidades o imperialismo propagandeou que o jogo iria virar, como na última e fracassada “contraofensiva ucraniana”, que serviu apenas para queimar dinheiro por parte dos países imperialistas e tirar vidas ucranianas.
O secretário do Conselho de Segurança Russo, Nikolay Patrushev, denunciou a crescente agressividade da OTAN através da imprensa russa. Patrushev comentou sobre os gastos cada vez maiores como sendo uma indicação da sua “natureza cada vez mais agressiva”. Citou como exemplo os exercícios militares “Steadfast Defender 2024”, que são uma simulação de confronto militar direto com a Rússia. Esses exercícios começaram em janeiro e devem ocorrer até maio e foram, obviamente, interpretados como provocação e preparação para uma guerra de maior escala. Patrushev ainda afirmou que o “papel destrutivo dos Estados Unidos na história moderna é óbvio” e que nenhum outro país “desencadeou tantas guerras e conflitos militares”.