Nessa quarta-feira (6), uma pesquisa pelo instituto Quest registrou uma queda no apoio dos brasileiros ao governo Lula. Enquanto 54% da população aprovava a condução do Poder Executivo pelo petista em outubro de 2023, contra 43% de insatisfeitos, a nova pesquisa aponta uma aprovação de 51%, contra 46% de desaprovação.
Não há como atestar a veracidade das informações dos institutos de pesquisa da burguesia, conhecidos por manipular os resultados livremente. No primeiro turno das eleições de 2022, por exemplo, todos os principais institutos erraram de maneira injustificável, comprovando a manipulação intencional dos dados. Não se pode ignorar, também, que os cúmplices do genocídio na Faixa de Gaza querem associar as recentes declarações de Lula contra o Estado de “Israel” a uma queda de popularidade.
Feitas todas essas ressalvas, é preciso reconhecer que a pesquisa, se não expressa em termos absolutos o sentimento da população em relação ao governo, ao menos expressa uma tendência. Isto é, o governo tende a perder a sua popularidade se as coisas permanecerem como estão.
A pesquisa surge, portanto, como uma espécie de segundo aviso. O primeiro, dado no dia 25 de fevereiro, foi a manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que revelou que, no momento, a extrema direita está mais preparada para ganhar as ruas que a esquerda. O segundo aviso, por sua vez, mostrou que, mesmo o governo abrindo mão de cargos, emendas e de sua própria política, a direita não está lhe permitindo governar.
O ato bolsonarista e a pesquisa estão demonstrando que, para conseguir o apoio da população, o governo Lula precisará fazer muito mais que apoiar as medidas antidemocráticas do Supremos Tribunal Federal (STF) contra setores da extrema direita. E que, sem o apoio da população, o governo se tornará ainda mais refém de seus inimigos políticos.
Para impedir a direita de avançar ainda mais sobre o regime político, é preciso medidas concretas. De nada irá adiantar se dizer a favor da “democracia” ou comemorar resultados econômicos pífios. É preciso, por um lado, implementar medidas econômicas efetivas, como a reestatização da Eletrobrás é o aumento do salário mínimo, e, por outro, convocar os trabalhadores para, nas ruas, defender um programa voltado para os seus interesses.