Na última terça-feira (27), teve início uma megaoperação em várias favelas do Rio de Janeiro, que já deixou 7 mortos. Visando capturar chefes do tráfico, a operação trabalha em 11 favelas, principalmente nos complexos do Alemão e da Penha.
Os dois principais alvos são Doca e BMW, que ainda não foram pegos. Enquanto isso, grupos de destaque da Polícia Militar seguem cercando e invadindo as favelas. Além dos complexos, a operação atua também no Flexal, Trem, Engenho da Rainha, Juramento, Juramentinho, Ipase, Guaporé, Tinta, Quitungo e Cidade de Deus. De acordo com o jornal golpista O Globo, foram sete “suspeitos” mortos, três feridos, sete presos e dois menores apreendidos.
A imprensa burguesa dá o destaque da megaoperação como se fosse uma grande empreitada contra o crime organizado. Não é novidade para ninguém que a Polícia não atua para resolver nenhum problema sério e real. Todos já sabem que é mera encenação e que, no final das contas, só serve para tocar o terror na população.
E os relatos são de desespero total, um clima de guerra, em várias localidades, da Zona Norte à Zona Oeste:
“Meu Deus. Acordei tão assustada com o estrondo. Que o Senhor nos projeta”, escreveu um morador.
“Aqui no Engenho da Rainha está dando para escutar tudo, é muito tiro, Senhor!”, comentou outro.
“Eu fico muito nervosa. Estou com um bebê de 2 meses. Minha casa é muito bonita, mas tudo com o suor do meu trabalho. Porém, isso não importa para eles! Todo mundo, para eles, são bandidos”, disse outra ao portal Voz das Comunidades, que realiza uma importante cobertura e denúncia dos crimes cometidos pela Polícia.
Esse é apenas um dos vários vídeos que podem ser encontrados nas redes sociais que mostram o resultado da ação covarde e desproporcional da PM. Com várias escolas fechadas, já são 22 mil alunos sem aula, 15 linhas de ônibus municipais interrompidas, além de várias clínicas fechadas ou com atividades suspensas.
Ao pobre, ao morador da favela, o que resta é isso: sofrer quase que diariamente na mão das forças de repressão do Estado.
Essa história de combater o tráfico, os bandidos, não comove ninguém. Todo ano acontece pelo menos uma chacina no Rio de Janeiro, com o mesmo pretexto e esse tal de tráfico nunca acaba. Quem sofre com isso, é a população.
Como disse uma das moradoras, não importa se é bandido. Os moradores são tratados como lixo e, muitas vezes, acabam sendo mortos também. Afinal, é a própria Polícia quem vai definir se o atingido era um bandido de fato, ou não.
Esperaram passar o carnaval para massacrar o povo novamente. Enquanto existir a Polícia Militar, a Civil e os demais aparatos de repressão, o pobre vai ter que contar com a sorte de não ser um dos “bandidos” da vez, atingidos sem ter nada a ver com tráfico ou qualquer outro crime.
Naturalmente, não devemos esperar por nenhuma ação do Governo do Estado, da Prefeitura ou até mesmo do Governo Federal. O antigo Ministro da Segurança, Flávio Dino, defendeu em diversas ocasiões o aumento da repressão policial, um prato cheio para Cláudio Castro fazer essa farra com a PM do Rio.
Está em marcha mais uma chacina contra o povo carioca e fica cada vez mais latente a pauta do fim da Polícia Militar. Enquanto houver esse esquadrão da morte, haverá guerra e haverá morte do povo pobre.