Neste dia estranho quero ofertar meus sentimentos, a cada dirigente e militante do PCO, pela perda irreparável; pela partida inexorável, sem volta, de Irapuan, companheiro de luta e que foi um dos mais aguerridos combatentes que conheci pelo Fora Bolsonaro.
Foi-se não apenas um valoroso lutador, mas, antes, um revolucionário, um materialista histórico. Eu tive o privilégio de conhecê-lo, de ouvi-lo, de cumprimentá-lo, de ter atuado junto a Irapuan, no Comitê Lula Livre, na Ponte Rasa, Zona Leste da cidade de São Paulo, em inúmeras ocasiões, em que, à época, na rua, ali, em plena praça pública, denunciávamos a injusta prisão de Lula.
Irapuan inspirava porque, em 2019, com mais de 60 anos de idade mantinha acesa a mesma chama de esperança de construir um mundo melhor e que pode ser encontrada em um jovem de apenas 20 anos.
Em Irapuan, porém, a juventude estava em suas ideias, nas concepções sempre renovadas, atualizadas; em seu pensamento revolucionário habitava a juventude e que, aliás, nunca o deixou acomodar-se.
E mesmo quando manifestou problemas cardíacos(confessou a mim, por telefone, que praticava o excesso de tabagismo), quando estava, então, já impossibilitado de manter a mesma presença nas ruas; e mesmo usando muletas, pés inchados e com certa dificuldade de caminhar, Irapuan, surpreendentemente aparecia em manifestações, como para que ilustrar, que jamais renunciaria a luta.
Este paradoxo: mente sã, ativa, inquieta e revolucionária e um corpo debilitado, que buscava lhe limitar a militância e que, no entanto, não conseguia lhe conter, nem restringi-lo totalmente, foi um exemplo e lição de perseverança revolucionária, que jamais esqueceremos porque foi uma marca da combatividade autentica do próprio Irapuan.
É com tristeza, que recebo a notícia de seu passamento. É com alegria, que reconheço que a melhor forma de homenageá-lo é continuar sua obra por um mundo justo e igualitário.
Charles Gentil
Presidente do Diretório Zonal PT do Centro