Nesta semana, Jaques Wagner (PT), ex-governador da Bahia, saiu a público para criticar abertamente o presidente Lula, em razão de suas declarações na Etiópia sobre o genocídio na Faixa de Gaza. Na ocasião, Lula comparou as ações de “Israel” às ações da Alemanha Nazista contra os judeus.
Atual líder do PT no Senado, Wagner, que é judeu, afirmou que concorda com a condenação das mortes na Faixa de Gaza, mas que a comparação com o Holocausto não seria “pertinente”. “Como judeu, me sinto ofendido, o povo judeu não pode comungar com o assassinato de civis, sob qualquer desculpa”, disse.
A colocação de Jaques Wagner esclarece porque o maior partido de esquerda do Brasil, o PT, tem tido tanta dificuldade em se mobilizar em torno da questão palestina. Há todo um setor dentro do partido que é sionista – e que, portanto, pressiona os setores mais sensíveis à causa palestina contra uma manifestação mais contundente. São setores que se chocam diretamente com figuras como Breno Altman, que vem sendo perseguido pelo lobby sionista dentro do Brasil.
As declarações de Wagner não são por acaso. Primeiro que uma pessoa com sua experiência sabe muito bem que, ainda que discordasse de Lula em algum aspecto secundário, o fato é que o presidente está sob ataque da direita. E, portanto, não caberia a ele dar ainda mais munição para que a direita o atacasse. Wagner sabe muito bem que, na prática, está se alinhando aos inimigos do PT contra Lula.
Em segundo lugar, a posição de Wagner em favor dos assassinos de criança é apenas a continuidade de sua política desde quando foi ministro da Defesa do governo do PT, quando contribuiu para o estreitamento de laços com a entidade sionista. Na ocasião, Wagner declarou que “Israel” é “nosso parceiro estratégico”, recebendo elogios da Confederação Israelita do Brasil (Conib), que hoje persegue Breno Altman e Lula.
Quando jovem, Wagner integrou a Organização da Juventude Sionista no Brasil. Em 2006, em entrevista no Rio Grande Sul, afirmou que “na área de tecnologia, muitas vezes sou procurado por empresas israelenses para tentar abrir contato no Brasil. Na Bahia, por exemplo, já existem várias parcerias na questão da irrigação entre produtos baianos e empresas que desenvolvem tecnologias e sistemas de Israel“.